terça-feira, 30 de setembro de 2014

Oposição para mudar

Estamos a menos de uma semana da eleição que vai definir um novo futuro para o país. As escolhas são claras: perseverar no erro, dar um salto no escuro ou optar por quem sempre foi oposição ao governo que aí está, quem resistiu e combateu, ao longo de todos estes 12 anos, o descalabro a que o PT vem conduzindo o Brasil.

No próximo domingo, os brasileiros escolherão não apenas um novo presidente da República, mas um novo governo. Não uma única pessoa, mas uma visão de mundo e uma equipe. Não um salvador ou um mito, mas um líder. É disto que se trata: de fazer a opção por um projeto que seja capaz de soerguer o país e recuperar a confiança da nação num futuro melhor.

Vivemos há 12 anos sob a égide do PT. Neste período, houve, sim, avanços. Mas a verdade é que ficaram muito aquém do que um país com a força do Brasil poderia ter alcançado. Nos anos recentes, desde a crise de 2008, as conquistas começaram a ser postas em risco e, no atual governo, foram definitivamente hipotecadas em nome apenas da perpetuação de poder.

Na eleição de domingo, os brasileiros terão a chance de optar por manter tudo como está. A questão que fica é: um governo que tem tantos problemas, que a cada semana se vê enredado numa nova denúncia de corrupção, merece permanecer? Será que o país aguenta mais quatro anos de PT?

Entre as opções à escolha dos eleitores está alguém de boas intenções, mas de enormes incertezas, graúdas inconsistências e flagrante incoerência. Alguém que militou durante quase toda sua vida púbica no PT, defendeu as mais caras teses petistas, calou-se quando o PT foi fundo nas falcatruas do mensalão e, no PT, opôs-se às principais conquistas recentes da sociedade brasileira, como a estabilidade da moeda e a responsabilidade fiscal.

Mas o Brasil tem, felizmente, como escolher o caminho seguro, fazer a opção mais correta e levar o país de volta ao rumo do desenvolvimento, do progresso, da honradez e da eficiência. No próximo domingo, os brasileiros temos, felizmente, a possibilidade de marcar na urna eletrônica o nome de Aécio Neves.

É este grupo político, que jamais se coadunou com o petismo, que nunca aderiu oportunisticamente aos governos de Lula ou de Dilma, que busca agora o voto popular para mudar o Brasil.

Oposição existe para se opor e para construir o novo. Ao longo das mil edições que hoje se completam, esta Carta de Conjuntura busca colaborar na construção deste novo mundo e deste novo Brasil que pode começar a nascer no próximo dia 5 de outubro.

sábado, 27 de setembro de 2014

Usina de escândalos

A sucessão de escândalos envolvendo a Petrobras é tão caudalosa que, às vezes, tem-se a sensação de que foram incorporadas ao dia a dia da empresa sob o domínio do PT. Segundo o discurso oficial, porém, trata-se apenas de malfeitos pontuais. Mas não: são corrupção das grossas.

Só nos últimos dias foram três episódios, todos da maior gravidade. Primeiro, soube-se que três ex-diretores da empresa, e não apenas um, podem estar envolvidos em desvios de recursos da estatal durante as gestões petistas. Estima-se que o esquema criminoso tenha surrupiado R$ 10 bilhões do caixa da Petrobras ao longo dos últimos anos.

Em revelações feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso desde março na Polícia Federal, surgiram também os nomes de Renato Duque, de sabidos laços com o PT, e de Nestor Cerveró, que comandou a área internacional da companhia. Todos ocuparam seus cargos durante período em que Dilma Rousseff presidiu o conselho de administração da Petrobras.

Anteontem, vieram à tona novas conclusões do Tribunal de Contas da União acerca da construção da Abreu e Lima. Trata-se, como se sabe, da mais escandalosa obra já realizada até hoje pela Petrobras, cujo custo multiplicou-se por nove e agora beira R$ 40 bilhões. É a mais cara refinaria de petróleo já feita em todo o mundo.

Segundo o TCU, a obra em Pernambuco apresenta sobrepreço de pelo menos R$ 1,9 bilhão e teve quatro de seus contratos superfaturados em quase R$ 370 milhões. Numa conta rápida, só com esta bolada seria possível fazer creches suficientes para abrigar 300 mil crianças – e cumprir parte da promessa que Dilma passou longe de honrar...

Hoje, no escândalo da hora, O Globo informa que Paulo Roberto Costa admitiu em seus depoimentos à PF que recebeu US$ 23 milhões no exterior para facilitar contratos de empreiteiras com a Petrobras. A grana suja está depositada em contas bancárias já bloqueadas na Suíça.

Dilma costuma repetir que o governo dela combate a corrupção como nunca antes na história. Mas terá que explicar por que, quando ainda era ministra da Casa Civil, em 2009, recebeu denúncias de “indícios de irregularidades graves” nas obras da Abreu e Lima e simplesmente deixou o processo ser arquivado sem chegar a lugar nenhum, como mostra também O Globo hoje.

As ligações dos petistas com estas usinas de lama são tão umbilicais que, segundo a Folha de S.Paulo, as fontes de recursos para as campanhas do partido estão secando depois que começaram a vir à tona as origens inescrupulosas de parte do dinheiro que move o moinho eleitoral do PT. São engrenagens da cadeia de produção da corrupção.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Palanque na ONU

A sem-cerimônia com que o PT desvirtua espaços institucionais atravessou fronteiras. O partido atualmente no poder transformou uma tradição de mais de seis décadas – a prerrogativa dada ao Brasil de abrir a assembleia geral da ONU – em mais um episódio da campanha eleitoral de Dilma Rousseff.

A presidente brasileira usou ontem a tribuna das Nações Unidas como palanque. Dos 24 minutos do discurso, a maior parte do tempo na tribuna foi empregada para fazer proselitismo sobre os 12 anos de governo do PT. Comodamente, Dilma absteve-se de prestar contas de seus ruinosos quatro anos de mandato...

A ida a Nova York foi explorada pelo marketing petista para gerar imagens de TV que a exibam com estofo internacional diante de incautos telespectadores no Brasil. A oportunidade na ONU é espaço institucional do qual os adversários da presidente da República, por razões óbvias, não dispõem. O PT não tem o menor escrúpulo em subvertê-lo.

Assim tem sido ao longo desta campanha, quando espaços oficiais têm sido usados rotineiramente para atos de campanha de Dilma. A cada fim de semana, por exemplo, o Palácio da Alvorada é usado para gravação de imagens em entrevistas que geram notícias nos telejornais do dia. Entrevistas e sabatinas também acontecem rotineiramente lá ou no Palácio do Planalto.

O excesso é tão gritante que até o insuspeito presidente do TSE já considerou “vantagem indevida” o uso de locais próprios do Estado “como um símbolo que a diferencia [Dilma] dos outros candidatos”, conforme afirmou o ministro José Antonio Dias Toffoli, ex-advogado do PT, recentemente. Dilma deu de ombros.

À audiência na ONU, a candidata-presidente apresentou números inflados de criação de empregos, duvidosas estatísticas sobre redução da pobreza no país e uma trajetória venturosa na queda da desigualdade que simplesmente deixou de ser verdadeira nos anos de governo dela.

Dilma também assegurou aos representantes dos 193 países-membro da ONU que seu governo empreende combate sem tréguas à corrupção. Quase simultaneamente, novas notícias sobre superfaturamento em obras da Petrobras saiam do forno do Tribunal de Contas da União aqui no Brasil...

Com a postura adotada ontem na Assembleia Geral da ONU, Dilma Rousseff apequenou o Brasil diante do mais importante fórum do concerto internacional das nações. Tal como um político de província, demonstrou seu desapreço pelas instituições e pelos ritos. A candidata-presidente fez política menor, mais ou menos à altura dela mesma.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Picuinhas ambientais

A presidente do Brasil participou ontem de sessão na ONU dedicada ao debate de temas de alta relevância para o futuro do planeta: mudanças climáticas, combate ao aquecimento global e redução de emissões. Mas Dilma Rousseff apequenou sua intervenção ao transformar seu desempenho em Nova York em mais um episódio de disputa eleitoral.

O Brasil é ator importante nas discussões globais sobre o clima. Não apenas porque é uma das sete maiores economias do mundo e, portanto, potencialmente um dos maiores emissores de gases de efeito estufa. Mas nosso protagonismo decorre, principalmente, do fato de o país abrigar a maior floresta tropical do planeta.

Neste último ano, o desmatamento da Amazônia voltou a subir, depois de quatro quedas anuais consecutivas. A alta foi de 29%, para 5.891 km2. Segundo Dilma, trata-se tão somente de um “aumentinho”. No entanto, a tendência verificada pelo Inpe desde julho passado mantém-se de elevação, segundo O Globo.

Mesmo com a queda expressiva observada desde o início do século, o Brasil ainda é o país que mais desmata em todo o mundo – também em razão de termos as maiores florestas do planeta. Ou seja, não dá para deitar em berço esplêndido com os resultados alcançados até aqui. O futuro exige mais.

Ontem na ONU o Brasil se recusou a assinar declaração que prevê corte do desmate à metade até 2020 e o fim do desmatamento até 2030. A posição não é incoerente com o que estabelece a legislação nacional: o Código Florestal permite corte de árvores até determinado percentual de reserva legal, bem como o manejo sustentável de florestas.

O que é preciso é fazer avançar as conquistas que nossa legislação abraça. Em especial, a regularização das propriedades rurais e o mapeamento detalhado de tudo o que foi desmatado e precisa ser recomposto, obtido por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Ocorre que o governo federal perdeu dois anos para regulamentá-lo e só agora os proprietários estão podendo correr atrás.

Outra possibilidade importante aberta pelo Código Florestal é o pagamento por serviços ambientais. Trata-se de mecanismo que permite a preservação de recursos naturais – como mananciais, a exemplo do que acontece exemplarmente em Extrema, em Minas – por meio de compensação monetária, bem como o manejo sustentável de florestas.

O Brasil tem uma extensa agenda ambiental para cumprir a fim de que faça prevalecer os preceitos da sustentabilidade, rumo a uma economia de baixa emissão de carbono. A despeito de disputas eleitorais, o interesse da vida e dos seres humanos que dependem de um planeta mais saudável deve prevalecer.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sacando a descoberto

O governo federal fez ontem uma ampla reestimativa de receitas e despesas do Orçamento da União que deixa claro o total estado de descontrole das contas públicas do país. Previsões furadas e desempenhos pífios se sucedem, enquanto o estoque de mágicas petista parece não ter fim. A conta do improviso fica para o cidadão pagar.

Para fechar as contas, o governo recorreu a novas manobras. Sacou recursos do fundo soberano, cortou despesas obrigatórias e vai sangrar um pouco mais o caixa das estatais. Está entrando menos dinheiro no caixa porque a economia não cresce como a equipe econômica previra no início do ano.

A expansão do PIB foi cortada de 1,8% para 0,9%, ainda assim bastante irrealista – na média, as previsões de mercado sugerem que não passaremos de 0,3% neste ano. No início do ano, a previsão oficial era de alta de 2,5% para a nossa economia – como não é novidade para ninguém, estava superfaturada.

Para segurar os rombos, o governo avança onde dá, e também onde não deveria dar. Uma das vítimas é o fundo soberano, criado em 2008 para ser usado em momentos de crise econômica. Até agora, porém, ele só foi usado mesmo para socorrer as crises do governo petista.

O primeiro saque no fundo, de R$ 12,4 bilhões, ocorreu em 2012, dentro das famigeradas manobras da contabilidade criativa usada para fechar as contas daquele ano. Agora, com a nova retirada, “o governo zerou o saldo do fundo”, informa o Valor Econômico.

Há também o risco de despesas antes previstas para este ano, como subsídios às tarifas de energia e para a agricultura, estarem sendo postergadas para o próximo, deixando mais uma bomba-relógio armada no colo do sucessor de Dilma. Nem assim, a meta de superávit fiscal para este ano – de 1,9% do PIB – deverá ser cumprida.

A arrecadação está em queda – 0,2% nos sete primeiros meses do ano – e até as receitas previstas com a renegociação de tributos em débito deverão se frustrar. Ou seja, a capacidade de o contribuinte continuar pagando tributos escorchantes exauriu.

O governo também avança sobre o caixa das estatais. Os dividendos pagos pelas empresas ao Tesouro deverão chegar a R$ 25,4 bilhões neste ano. Trata-se de alta de quase 50% sobre os R$ 17,1 bilhões pagos em 2013. Galinhas dos ovos de ouro, como Caixa, Petrobras e BNDES, vão sendo sacrificadas, uma a uma.

Com tudo isso, Dilma Rousseff ainda tem a pachorra de dar entrevistas em série sustentando que o problema do Brasil são os outros, ou seja, uma ilusória crise internacional. Lá fora, com responsabilidade, os governos vão conseguindo deixar o pior para trás. Aqui, com desleixo e incompetência, a situação fica cada dia mais feia. É o governo do PT sacando o futuro do país a descoberto.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

De errata em errata

Errar é humano. Mas equívocos em pesquisas que servem para balizar análises e estudos e para definir políticas públicas são especialmente indesejáveis. Nos anos recentes, o IBGE vem se tornando protagonista de tristes episódios, saindo das páginas nobres do noticiário para as de escândalos.

Na sexta-feira, o instituto divulgou uma errata de dados sobre desigualdade, rendimento, analfabetismo e desemprego que compõem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) publicada um dia antes. Alguns melhoraram, como o índice de Gini, outros, não, como a taxa de analfabetos.

Foi o suficiente para ressuscitar suspeitas sobre ingerências indevidas no órgão por parte do governo federal. O respeitável corpo técnico do IBGE vem alertando para a piora das condições de trabalho e o sucateamento da instituição, que vem perdendo mão de obra e recursos orçamentários.

O número de servidores do IBGE caiu 14% desde o início da gestão Dilma: são mil pessoas a menos num quadro que agora soma 6.083 funcionários. Metade tem mais de 31 anos de casa, ou seja, está perto de se aposentar. O contingente de temporários mais que dobrou, para os atuais 4,4 mil, segundo o Valor Econômico.

O facão também caiu sobre a verba prevista no Orçamento da União para o instituto em 2015. O dinheiro para pesquisa foi reduzido a menos de um terço: passou dos R$ 766 milhões inicialmente previstos para R$ 204 milhões. É menos da metade da dotação de 2014.

As consequências se medem em termos de produção do órgão. Duas pesquisas importantes previstas para 2015 foram suspensas: a Contagem da População, uma espécie de prévia do Censo, e o Censo Agropecuário. A Pesquisa de Orçamentos Familiares foi adiada de 2014 para 2015.

Esta, porém, não é a primeira crise braba que o IBGE enfrenta sob a gestão Dilma. Em abril, o governo anunciou a suspensão da realização da Pnad Contínua, que trouxera nova (e mais alta) taxa de desemprego no país. O rebu levou duas diretoras a pedir demissão e o governo acabou voltando atrás.

Os funcionários do IBGE ficaram 77 dias em greve. Com isso, durante três meses (maio a julho) a taxa média de desemprego no país não pôde ser conhecida. Os relatos são de que trabalhar no instituto tornou-se algo “desumano”. As condições pioraram e a qualidade das informações por vezes vê-se comprometida.

Ontem, a presidente Dilma Rousseff classificou de “banal” o erro observado na Pnad. É atitude típica de quem desdenha da importância de órgãos quase seculares como o IBGE. A má gestão petista arranha a reputação, a credibilidade e a autonomia de instituições que são patrimônio do povo brasileiro.

sábado, 20 de setembro de 2014

Pnad desigual

Os sinais de que o atual modelo de desenvolvimento está esgotado vêm sendo percebidos já há algum tempo. Mas o governo insiste em negá-los, como se pudesse prescindir da realidade. O retrato revelado pela nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) não permite ignorar os problemas que se avolumam.

Dois são os aspectos mais preocupantes trazidos pela pesquisa feita pelo IBGE. O primeiro, e mais significativo, é que a desigualdade de renda parou de cair nos anos do governo da atual presidente da República. O fracasso da gestão de Dilma Rousseff interrompe queda que vinha ocorrendo há 20 anos.

O índice de Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,497 em 2012 para 0,499 em 2013. Quanto mais próximo de 1, pior a distribuição de renda entre os habitantes. No ano passado, os 10% mais ricos viram seus ganhos crescer o dobro dos 10% mais pobres, mostrou o Valor Econômico.

Mais 324 mil brasileiros passaram à situação de extrema pobreza de 2012 para 2013, segundo O Estado de S. Paulo. Ainda há 11,7 milhões de habitantes, que representam 5,9% da população, nesta condição no país.

O segundo aspecto negativo de grande relevância é o aumento da taxa de desemprego, que acontece também pela primeira vez desde 2009. O indicador subiu de 6,1% para 6,5%. O número de vagas hoje geradas no país – cerca de 500 mil ao ano – é insuficiente para dar conta dos jovens que ingressam na população economicamente ativa.

Há, claro, dados positivos na Pnad divulgada ontem, como no analfabetismo, que voltou a cair, depois de ter estagnado entre 2011 e 2012. Ainda assim, remanescem 13,3 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, mais da metade deles no Nordeste.

Há, também, a redução do trabalho infantil, embora quase meio milhão de crianças com idade até 13 anos continuem trabalhando, o que é inaceitável. 

Além disso, serviços fundamentais para a melhoria da qualidade de vida, como os de saneamento, continuam avançando ainda muito lentamente.

Políticas exitosas como a distribuição de renda via programas como o Bolsa Família e a recuperação do poder de compra do salário mínimo vão encontrando seus limites. Ao mesmo tempo, iniciativas de efeitos mais duradouros, como a expansão da educação, ainda não avançam no ritmo necessário.

Parece evidente que a estagnação que se abateu sobre o país nos anos de gestão de Dilma Rousseff já cobra seu preço em termos de aumento da desigualdade, piora no mercado de trabalho e perda de ritmo de ascensão social. 

O que a candidata-presidente, com sua tática do medo, diz que pode acontecer no Brasil se seus adversários vencerem as eleições de outubro já está ocorrendo no governo dela. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A onda da virada

A mais recente pesquisa de opinião do Ibope mostra que o momento efetivo de decisão dos eleitores ainda está apenas começando. Quase metade dos brasileiros ainda não está ligada na votação que acontece dentro de pouco mais de duas semanas. Mas a onda da mudança já começou a apontar o rumo certo: o de Aécio Neves.

Na média, o candidato tucano subiu quatro pontos e recuperou o patamar de 19% das intenções de voto. A diferença em relação a Marina Silva, que era de 18 pontos até o início do mês, caiu agora para apenas 11 pontos.

Na pesquisa espontânea, o tucano aparece apenas nove pontos atrás de Marina no primeiro turno: 24% a 15%. Segundo analistas, estes são os votos já realmente consolidados de cada candidato. Ou seja, o patamar firme da socialista é bem mais baixo do que levam a crer os números mais robustos exibidos pelas pesquisas estimuladas.

Ao passar para a votação final, Aécio tem grandes chances de derrotar a candidata do PT. Na simulação de segundo turno, a diferença a favor de Dilma Rousseff chegava a 15 pontos na rodada anterior do Ibope, feita há uma semana, e agora caiu à metade.

Em várias faixas etárias, Aécio teve crescimentos bem mais expressivos que na média. Entre jovens de 16 a 24 anos, saltou de 14% para 20% em uma semana; entre os que têm 25 e 34 anos, subiu de 15% para 20% e, na faixa acima de 55 anos, saiu de 12% para 18%, já bem próximo dos 24% de Marina Silva.

Entre as regiões, o crescimento de Aécio foi especialmente forte no Sul, onde passou de 17% para 23%, empatando com Marina. Em todas as demais, o tucano também subiu. Firme também foi sua alta em municípios de interior (de 15% para 19%) e, especialmente, nas cidades com menos de 50 mil habitantes, onde Aécio cresceu de 13% para 21%, também em condição de empate com a socialista.

O candidato da mudança também avançou em todos os níveis de escolaridade, chegando a 26% entre os que têm ensino superior, à frente de Dilma. Em todas as faixas de renda também houve crescimento de Aécio: na acima de cinco salários mínimos, a diferença em relação a Marina Silva, que lidera no estrato, caiu de 15 para 6 pontos. Vale ressaltar que, em uma semana, Dilma perdeu dez pontos na faixa de renda até um salário mínimo.

Embora alguns queiram nos fazer crer que a eleição está definida, para a maior parte dos eleitores ela sequer começou: 47% dos entrevistados ouvidos pelo Ibope ainda se declaram com “pouco” ou “nenhum” interesse pela votação que acontece daqui a 17 dias.

Dizem que o tempo sempre mostra quem tem razão. A onda da virada que vai mudar o país e levá-lo de volta ao caminho da decência, da prosperidade e da valorização do esforço individual começou e vai, na hora certa da escolha, também somar as razões do coração.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O partido dos ricos

O governo do Partido dos Trabalhadores vive propagandeando que sua ação tem sido sempre voltada a beneficiar os mais pobres. Nas mistificações grosseiras veiculadas na propaganda eleitoral, seus adversários são retratados como defensores dos ricos e dos poderosos. A realidade, porém, é bastante distinta deste maniqueísmo barato.

Não é segredo para ninguém que, nos anos da administração do PT, os ricos ganharam dinheiro como jamais haviam conseguido na vida. Em especial, os bancos – que o marketing petista adora demonizar, mas os petistas no poder amam bajular – lucraram como nunca antes na história: só no governo Dilma, já são R$ 233 bilhões, segundo levantamento feito pelo Valor Econômico.

Não é pecado banco lucrar, muito menos empresários ser bem sucedido. O problema está na exploração eleitoreira que se faz do assunto. Na mesma pesquisa, o jornal mostra que, em termos reais, os bancos lucraram cerca de cinco vezes mais no governo Lula do que na gestão do PSDB, entre 1995 e 2002. Mas os ganhos não pararam por aí: nos anos Dilma, subiram mais 61%.

O governo que faz os banqueiros felizes da vida também diz que atacou como nenhum outro a desigualdade social no país. Será mesmo verdade esta afirmação mil vezes repetida? Se dependesse do vezo autoritário e obscurantista da gestão petista, talvez tivéssemos de nos valer apenas do discurso oficial e de outras medidas conhecidas para aferir a veracidade da afirmação.

Mas felizmente um grupo de pesquisadores do Ipea conseguiu trazer à luz estudo que mostra, com metodologia inédita no país, que entre 2006 e 2012 a desigualdade aumentou ao invés de diminuir no Brasil. O documento foi mantido engavetado pela instituição, mas suas conclusões foram trazidas à tona pelo site da revista da Veja e sua íntegra já circula na internet em páginas dedicadas ao debate democrático de pesquisas sociais.

E o que o estudo mostra, a partir de uma nova metodologia que usa dados do imposto de renda dos brasileiros? Em 2006, os 5% mais ricos do país detinham 40% da renda nacional e, em 2012, passaram a deter 44%. Também no topo do topo da pirâmide, houve maior concentração: o 1% mais endinheirado da população viu sua fatia aumentar de 22,5% para 25% no mesmo período.

O PT tem horror à ação detergente da luz do sol e professa sua fé na manipulação despudorada da realidade para tentar enganar incautos. Mas a verdade é que os 12 anos em que os petistas governaram o país – e que, tudo indica, caminham para seu fim – vão ficar marcados na história como aqueles em que um partido que se diz dos trabalhadores deixou os patrões felizes como nunca.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Um mundo de pessimistas

A campanha à reeleição se vale, dia sim, dia também, de mentiras e mistificações. Em seu discurso ufanista, classifica de “pessimistas” os que se encorajam a criticar o estado atual das coisas no país e a propor mudar o que aí está. Se assim fosse, os petistas deveriam dirigir sua artilharia ao mundo todo, que hoje desconfia do Brasil.

A economia brasileira protagoniza atualmente o papel de patinho feio no concerto internacional. Figuramos como lanternas em quaisquer avaliações e rankings de desempenho e crescimento que constantemente são divulgados por instituições sérias no mundo. O PT se acha mais respeitável que elas.

Ontem, a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que reúne o grupo de países com maior desenvolvimento do globo, divulgou suas previsões para o desempenho de seus integrantes neste e no próximo anos. Adivinhem quem se sai pior na foto? O Brasil.

Segundo os prognósticos anunciados ontem, o reino do otimismo dilmista foi o país com maior redução nas previsões. Apenas quatro meses atrás, a OCDE acreditava que o PIB brasileiro cresceria 1,8% neste ano. Agora passou a prever que não passaremos de 0,3%. Foi o maior corte feito pela instituição. Para 2015, o prognóstico é igualmente desanimador: crescimento de apenas 1,4%, ante 2,3% previstos anteriormente.

Trata-se de um padrão. As estimativas feitas por analistas de todos os matizes começam altas e paulatinamente vão sendo revistas, invariavelmente para baixo. Como acontece, também, com o Boletim Focus, do Banco Central: um ano atrás, previa-se alta de 2,3% para o PIB em 2014, percentual agora cortado para o mesmo 0,3% estimado pela OCDE. O corolário sempre coincide: o fundo do poço em que hoje estamos.

O governo petista insiste em dizer – ou melhor, mentir – que o Brasil vai mal porque o mundo vai pior. Mas, no mesmo levantamento, a OCDE mostra que economias que sofreram abalos profundos com a crise nascida há exatos seis anos já se recuperaram e crescem hoje muito mais que a brasileira. O inferno está aqui dentro mesmo.

Outras economias se sairão bem melhor neste ano: alcançarão crescimento de desde 2,1%, caso dos Estados Unidos, até os 5,7% da Índia e os 7,4% da China, países tão emergentes quanto o Brasil, mas que, ao contrário de nós, vão de vento em popa. Só a economia italiana ficará pior que a brasileira no retrato.

Não se supera um problema se não se reconhece a sua existência. Pior ainda é tratar as dificuldades com cores propagandísticas e abordagem mistificadora, típicas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff. Cabe perguntar: Afinal, quem são os pessimistas: os que apostam no país e se frustram ou os que o estão levando ao fundo do buraco?

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A onda da razão

A campanha presidencial deste ano está presa em uma mistura de mistificações e empulhações. Faltando 20 dias para a votação que definirá o futuro do país pelos próximos quatro anos, está na hora de o debate espelhar a gravidade da situação que o Brasil enfrenta. É chegado o momento da razão.

Líder nas pesquisas, Dilma Rousseff protagoniza uma das campanhas mais sórdidas já vistas na história do país. Suas peças publicitárias são apelativas e o Brasil que sua propaganda no rádio e na TV veicula é uma mentira sem qualquer ligação com a realidade.

A candidata-presidente não parece nem um pouco preocupada com isso. Em suas declarações públicas, reforça o tom enganoso que os marqueteiros petistas imprimiram a suas criações carentes de escrúpulos. Ontem, por exemplo, disse que um Banco Central autônomo “tira comida e perspectiva da vida das pessoas”. O grau de obscurantismo da campanha petista não tem limites.

Por outro lado, Marina Silva não demonstra capacidade de garantir que um eventual governo seu teria pulso para levar o país de volta ao prumo. Suas convicções não resistem a contestações e as visões internas de seu gruo político são fragmentadas, contraditórias.

Um exemplo é o tratamento a ser dado à inflação. Um de seus principais assessores econômicos defendeu o aumento da meta de inflação do próximo ano, num momento em que o país se vê prejudicado pela leniência da gestão atual, que deixou o custo de vida escapar de controle e namorar perigosamente o teto da meta.

Ontem, Marina desautorizou a posição defendida por Alexandre Rands, que foi obrigado, inclusive, a divulgar nota à imprensa explicando-se. Foi mais um lance do estica-e-puxa que marca a candidatura do Partido Socialista, acossado por suas contradições e incongruências.

A difícil situação em que o país se encontra não admite experimentos arriscados, nem tampouco permite que perseveremos na direção equivocada em que a gestão petista nos enfiou. Para o bem dos brasileiros, a importante decisão a ser tomada em 5 de outubro próximo deve se guiar pela razão.

Um país na condição em que o Brasil está não comporta amadorismos, nem aceita que o modelo baseado na pilhagem e na truculência persista. Uma nação com a importância do Brasil não pode ficar à mercê da inexperiência de Marina Silva, nem continuar refém da incapacidade de Dilma Rousseff.

É hora de a onda da razão levar o país de volta a um bom caminho, à mudança segura, à transformação qualificada. É hora de os brasileiros caminharem juntos, unidos, para eleger Aécio Neves e reconquistar a confiança num futuro melhor que todos querem e a nossa gente merece.

sábado, 13 de setembro de 2014

Ordem de grandeza

A cada escândalo que surge, a administração petista costuma dizer que sua prática não difere da experiência pregressa, ou seja, faz o que outros governos faziam. É uma forma de apenas confundir, sem explicar. Mas a realidade é que a dimensão da roubalheira atual não encontra precedentes na história do país.

O partido que se notabilizou por protagonizar o mensalão, agora está diante de sua versão 2.0: o assalto aos cofres da Petrobras para alimentar uma sedenta base aliada no Congresso. Nem com a condenação e prisão de seus principais próceres pela mais alta corte de Justiça do país, o PT parece ter aprendido. A delinquência está no DNA desta gente.

Aquela que já foi a maior empresa brasileira – a petroleira deveria estar bombando com a exploração do pré-sal, mas vale hoje menos do que uma fabricante de cerveja – está no centro de um esquema que pode ter desviado R$ 10 bilhões dos cofres públicos. Perto do que aconteceu lá nos últimos anos, o mensalão é fichinha.

Diz-se que 3% do valor dos contratos fechados por Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento era usado para pagar propinas a ministros de Estado, governadores, senadores e deputados. Tomando-se por base apenas o investido pela repartição entre 2004 e 2012, período em que ele ocupou o cargo, daria uns R$ 3 bilhões.

Maior esquema de corrupção já desvendado até agora, o mensalão envolveu apenas uma fração disso: R$ 141 milhões em dois anos, segundo a Procuradoria-Geral da República. De onde, afinal, vinha tanto dinheiro para irrigar o mensalão 2.0 do PT?

Basta ver a carteira de obras da Petrobras e a péssima execução dos investimentos para perceber que a estatal foi usada como maná para alimentar a corrupção petista. Os maiores empreendimentos tiveram seus custos multiplicados e os prazos nunca cumpridos. Sabe-se agora por quê.

Atualmente sendo erguida em Pernambuco, a Abreu e Lima, por exemplo, tornou-se a mais cara refinaria já feita até hoje em todo o mundo. Seu custo já aumentou nove vezes, passando de R$ 4 bilhões para R$ 36 bilhões, e a obra está quatro anos atrasada.

A refinaria de Pasadena foi comprada por US$ 1,2 bilhão meses depois de ter sido adquirida por uma empresa belga pela bagatela de US$ 42,5 milhões. O TCU já identificou prejuízo de US$ 792 milhões e condenou 11 dirigentes da Petrobras a pagar por isso.

Na lista também pode ser incluído o Comperj, em obras em Itaboraí, no Rio. O valor do investimento quase dobrou – passou de R$ 19 bilhões para R$ 31 bilhões – mas só metade do inicialmente planejado deve ser feito. A obra também está quatro anos atrasada.

Não é difícil concluir que a ordem de grandeza da corrupção petista não tem concorrentes na história brasileira. A campanha de Dilma Rousseff à reeleição diz se orgulhar de combater a roubalheira, mas deveria era envergonhar-se de tê-la deixado ir tão longe.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O emprego naufraga

O governo petista insiste em dizer que sua política econômica preserva o emprego. Infelizmente, contudo, os indicadores teimam em desmentir o discurso oficial. A piora é generalizada, mas na indústria a situação é bem mais grave.

Só uma gestão que “não tem a menor ideia” de nada, como diz Dilma Rousseff sobre os escândalos na Petrobras, não é capaz de enxergar a dureza da situação.

Mês após mês, os resultados pioram, mas o governo persevera em expiar a responsabilidade com culpados imaginários, como a chuva, a seca, a Copa, o mundo ou alguma rotatividade fora de hora.

Segundo o IBGE, os empregos na indústria caíram 3,6% em julho na comparação com o mesmo mês de 2013. É o pior resultado desde novembro de 2009. 

Segundo O Estado de S. Paulo, o mercado de trabalho industrial encontra-se agora no nível mais baixo desde abril de 2004. No ano, o emprego industrial cai 2,6%, pior desempenho em 13 anos, de acordo com o Iedi.

Em todas as 14 regiões pesquisadas, houve perda de empregos industriais em julho. Em São Paulo, a queda foi de 5,1%, a maior desde 20011, quando começa a série do IBGE com o indicador – vale lembrar que o estado responde por um terço do pessoal ocupado na indústria.

A má situação do emprego na indústria brasileira não vem de agora. A queda em julho é nada menos que a 34ª consecutiva, ou seja, são quase três anos seguidos ladeira abaixo. E o governo petista acha que não tem nada errado acontecendo na nossa economia...

Os rendimentos na indústria também estão cedendo: queda de 3,4% em julho na comparação com mesmo mês de 2013. É o segundo mês consecutivo que isso acontece. O ritmo de alta da renda na indústria já decaiu de 4,4% em 2012 para os atuais 0,6% acumulados desde janeiro último.

Os números do IBGE se somam aos do Caged, segundo os quais 74 mil empregos foram eliminados na indústria nos últimos três meses. 

Também se juntam ao expressivo exército que vem tendo seus contratos de trabalho temporariamente suspensos, no chamado regime de layoff. Já são 12 mil empregados nesta situação, maior contingente desde 2009.

Desde maio, a geração de trabalho no país foi a menor registrada para os respectivos meses desde o início deste século. A redução em comparação com o ano passado ronda os 70%. Se isso não é uma crise brava, o que mais pode ser?

O governo repete que o Brasil tem um dos menores índices de desemprego do mundo. Não é verdade: se considerada a taxa da Pnad Contínua, países que estiveram no epicentro da crise de 2008/2009, como os EUA, já estão melhores que nós. Não adianta ficar dourando a pílula enquanto os melhores empregos vão ficando pelo caminho.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Rumo à segundona

Com uma política à altura do futebolzinho que a seleção brasileira jogou na Copa do Mundo, o Brasil corre o risco de cair para a segunda divisão entre as economias do mundo. A avaliação que os credores internacionais fazem das nossas condições econômicas é cadente.

Ontem foi a vez de a Moody’s colocar a nota de crédito do país em perspectiva negativa. A agência segue o mesmo caminho já trilhado pela Standard & Poor’s, que em junho do ano passado reduziu a perspectiva dos títulos brasileiros e, nove meses depois, em março último, rebaixou-os.

Entre os motivos que a Moody’s cita para sua decisão estão: baixo crescimento da economia, baixo investimento e mau desempenho fiscal. Se alguém se surpreende ou não concorda com isso, provavelmente não conhece o que está acontecendo no Brasil.

Tomando-se apenas o que ocorreu nos últimos sete meses, o resultado primário do governo brasileiro saiu de superávit de R$ 10,4 bilhões em dezembro passado para um déficit de R$ 4,7 bilhões em julho. No mesmo período, a dívida bruta em proporção do PIB subiu de 56,7% para 59%, segundo o Valor Econômico.

Desde que Dilma assumiu o comando do país, a deterioração é ainda mais aguda. Entre 2006 e 2010, a relação dívida bruta/PIB havia caído três pontos: de 56,4% para 53,4%. Em menos de quatro anos, a atual presidente piorou o indicador em quase seis pontos do PIB.

Na alienação que passou a caracterizar a pasta nos anos recentes, o Ministério da Fazenda sustentou que os problemas que levaram à decisão da Moody’s “já estão sendo superados”. Novamente a culpa pela ruindade econômica do Brasil neste momento foi jogada nas costas do mundo, da Copa e da seca.

Só quem não conhece a fama do demitido Guido Mantega compra uma avaliação desta. A própria Moody’s é taxativa: o problema são “fraquezas domésticas” e não fatores globais, num momento em que boa parte das economias que passaram por crise já se recuperam.

Se ocorrer mesmo o rebaixamento, o que pode levar até 18 meses, o degrau seguinte é o nível especulativo. Como consequência, diminui a oferta de crédito para o país e o dinheiro dos empréstimos fica mais caro. A vida da economia, em suma, fica mais difícil.

Fato é que o governo Dilma simplesmente implodiu a responsabilidade fiscal nos moldes como foi estabelecida pela gestão tucana, como parte do tripé macroeconômico que também inclui o regime de metas para a inflação e o câmbio flutuante.

No lugar de uma política vitoriosa, atestada até pelos resultados alcançados nos anos iniciais do petismo com Lula, a atual candidata à reeleição colocou um monstrengo que só conseguiu produzir desaceleração econômica, inflação constantemente alta e um desânimo generalizado no ambiente econômico. Só Dilma para conseguir um feito assim em tão pouco tempo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dilma não sabe o que faz

Dilma Rousseff forneceu ontem uma das mais perfeitas traduções do que é seu (des)governo. Afirmou, em sabatina promovida por O Estado de S. Paulo, que “não tinha a menor ideia” sobre os escândalos que se desenrolam há anos na Petrobras e sangram os cofres públicos em bilhões de reais. Ninguém pode ignorar: gente tão inepta para governar não pode continuar onde está.

Há quase quatro anos, Dilma ocupa o principal posto de poder no Brasil. Chegou lá sem ter disputado uma única eleição anteriormente. Agora, tenta conquistar novo mandato para manter-se mais quatro anos no comando do país. Neste tempo todo, não fez ideia dos desmandos que se desenrolaram, e se desenrolam, sob o seu nariz. Por que continuar lá?

Antes de chegar à principal sala do Planalto, Dilma esteve sempre umbilicalmente ligada à Petrobras. Entre 2003 e 2005 foi ministra de Minas e Energia, pasta à qual está ligada a estatal. Desde que saiu de lá, deixou como sucessores ministros de sua confiança direta. Mesmo assim, “não tinha a menor ideia” do que se passava na Petrobras.

Depois que deixou o ministério, foi para a Casa Civil, onde ficou até 2010. Lá comandou o Programa de Aceleração do Crescimento, cujo resultado mais visível foi ter reduzido a taxa de investimentos do país... A Petrobras é a maior fonte de investimentos do PAC, mas Dilma “não tinha a menor ideia” do que se passava por lá.

A relação mais longeva e direta entre a petista e a estatal deu-se, porém, quando Dilma ocupou a presidência do Conselho de Administração da Petrobras. A função foi desempenhada por ela desde o início do governo Lula até março de 2010. Foi, portanto, sua mais duradoura ocupação. No entanto, Dilma “não tinha a menor ideia” do que se passava por lá.

O que Dilma ignora, o Brasil inteiro está cansado de saber, mesmo que a cada dia surjam revelações cada vez mais escabrosas e estarrecedoras: a maior empresa brasileira, orgulho nacional, foi tomada de assalto e tem sido pilhada por anos a fio por uma quadrilha que se apossou do Estado brasileiro chamada PT.

À presidente da República não pode ser dado o benefício da ignorância. As denúncias de corrupção na Petrobras já vêm de longe, os indícios de superfaturamento e desvios de dinheiro já foram sobejamente noticiados. A respeito disso, Dilma Rousseff não tem direito de dizer que “não tinha a menor ideia”.

Se o que a petista diz é verdade, então não há outra conclusão a chegar: sua competência para gerir uma quitanda que seja é nula, sua aptidão para comandar um país como o Brasil é nenhuma, sua capacidade para ocupar o cargo que ocupa é inexistente. Isso tudo os brasileiros já estamos cansados de saber.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O mensalão 2

No Brasil da era PT, tornou-se difícil saber onde começa e onde termina o mar de corrupção. A única certeza é que, enquanto o mesmo time se mantiver no comando do país, o surgimento de novos e mais escabrosos casos é apenas questão de tempo. O escândalo da hora é sempre pior que aquele que o antecedeu.

O partido que se notabilizou por institucionalizar a compra de votos como método de governabilidade também se destaca por ter transformado o mensalão numa prática permanente. O que muda é o caixa de onde saem os recursos para irrigar bolsos dispostos a vender apoio político: são cada vez mais polpudos.

Estamos agora diante do que se pode chamar de “mensalão 2”: a sangria de dinheiro da Petrobras para remunerar uma imensa e escusa rede de sustentação ao governo do PT no Congresso. Pelo pouco que já se sabe, ministros de Estado, governadores, senadores e deputados estão na lista da grossa propina. Deve haver muito mais.

As revelações foram feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e divulgadas na edição da revista Veja desta semana. Preso em março, depois solto e novamente encarcerado em junho, ele decidiu entregar nomes de quem se beneficiou de esquema que, calcula-se, pode ter lesado os cofres públicos em R$ 10 bilhões nos últimos anos.

Pelo que Costa afirmou, a rede de corrupção era alimentada com o equivalente a 3% do valor dos contratos que a área que ele comandou fechava. Se considerados apenas os investimentos realizados pela diretoria de Abastecimento, daria R$ 3,4 bilhões, num cálculo linear feito pelo Valor Econômico com base nos balanços da estatal entre 2004 e 2012.

A consequência política e eleitoral é cristalina: neste período, a candidata-presidente Dilma Rousseff foi a figura de proa da Petrobras. Como ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, como presidente do Conselho de Administração da estatal e como presidente da República. O mensalão 2 é obra de Dilma e do PT, assim como o mensalão 1 foi obra de Lula e seus 40 réus.

Assim como seu tutor, a atual presidente insiste em dizer que nada sabia e que, enquanto comandou a administração da Petrobras, suas decisões mais importantes foram tomadas com base em documentos falhos. Será que ela acha que isso é abonador?

Agora, confrontada com as novas revelações, diz que “não lançam suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado”. Das duas, duas: Dilma é conivente com malfeitos que se acumulam em sua gestão e age de forma temerária ao comandar o país.

Tanto numa hipótese quanto na outra, a conclusão é uma só: não merece continuar por mais quatro anos assistindo impassível ao mar de lama avançar.

sábado, 6 de setembro de 2014

Tolerância zero com a inflação

A inflação voltou a subir e, mais uma vez, levou o IPCA a estourar o teto da meta. Deitado em berço esplêndido, o governo petista fica cantando vitória antes da hora, mas a realidade é que a batalha contra o aumento de preços ainda está longe de ser vencida. A leniência foi longe demais.

Segundo divulgado pelo IBGE nesta manhã, a inflação oficial foi de 0,25% em agosto, com alta expressiva sobre o 0,01% registrado em julho e praticamente no mesmo patamar de um ano atrás (0,24% em agosto de 2013).

No ano, o IPCA acumula 4,02%, bem acima do registrado entre janeiro e agosto de 2013, quando a inflação oficial estava em 3,43%. Tudo isso está acontecendo apesar de o Banco Central ter elevado a taxa básica de juros com aumentos palatinos que somaram 3,75 pontos percentuais desde abril de 2013.

Quando se observa a situação por capitais, há casos bem mais preocupantes. Em Belém e Vitória, por exemplo, a inflação do mês chegou pertinho de 1%. Em mais da metade das 13 regiões pesquisadas, os aumentos localizados foram maiores que a média nacional. Apenas Belo Horizonte e Campo Grande tiveram deflação no mês.

O mais grave, contudo, é que a inflação brasileira não sai de perto do teto da meta. Trata-se de namoro perigoso com o descontrole, com quem o governo da presidente Dilma Rousseff insiste em flertar. Dentre os 44 meses decorridos desde o início da atual gestão, esta é a 12ª ocasião em que o acumulado em 12 meses supera os 6,5% permitidos pelo sistema.

Os resultados continuam ruins a despeito de o governo petista ter lançado mão da mais furada estratégia que se conhece para o controle inflacionário: represamento e manipulação de preços e tarifas públicas, como os dos combustíveis, da energia elétrica e dos transportes.

Os preços garroteados são uma das heranças malditas que a administração Dilma legará a seu sucessor, num balaio que inclui, também, uma economia em franco processo de retração e contas públicas em petição de miséria. Sairemos da experiência com a petista bem piores do que entramos.

O próximo governo terá uma dura batalha pela frente para tornar a inflação novamente comportada, de maneira a devolver aos brasileiros – tanto consumidores, quanto empresários e investidores – a confiança no futuro, num cenário de maior previsibilidade.

A estabilidade monetária foi uma árdua conquista pela qual toda a sociedade brasileira muito lutou. Mas a inflação, infelizmente, voltou a assombrar o país, a ponto de ser apontada como nosso principal problema em pesquisas de opinião recentes. Contra tão deletério mal, não há outra receita: tolerância zero.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O jurão campeão

Sem surpresas, o Banco Central manteve ontem a taxa básica de juros no patamar que nos coloca na inglória posição de país que pratica a mais usurária política monetária do mundo. Só numa nação em que a economia caminha em ritmo de anomalia, decisões como esta podem passar em brancas nuvens sem provocar sobressaltos.

A taxa Selic foi mantida em 11% ao ano pela quarta vez seguida. Estacionou neste patamar desde fevereiro e possivelmente de lá não sairá antes do fim do atual governo. Com isso, Dilma Rousseff entregará ao sucessor juros mais altos do que recebeu (em janeiro de 2011, estavam em 10,75%), frustrando mais uma de suas promessas.

Com a decisão, o Brasil continua líder absoluto do ranking mundial da usura. Nossa taxa de juros real está agora em 4,5% ao ano, segundo levantamento da consultoria Moneyou. É um pouquinho acima do que era em julho, data da reunião anterior do Conselho de Política Monetária do Banco Central.

O Brasil é ponto fora da curva no quesito. Das 40 economias mais relevantes no mundo, apenas 12 praticam juros reais positivos, ou seja, taxas básicas acima da inflação projetada para os próximos 12 meses. Neste seleto grupo, o segundo lugar é ocupado pela China, que aparece bem abaixo de nós, com 3,4% de taxa real.

A mais recente escalada dos juros brasileiros começou em abril do ano passado, numa tentativa de conter a inflação. Mas os efeitos da política monetária sobre os índices de preços foram quase imperceptíveis: o IPCA acumulava 6,59% em 12 meses naquela ocasião e hoje está em 6,5%. Mal se mexeu.

Ao mesmo tempo, a economia nacional embicou ladeira abaixo até chegar ao quadro recessivo em que hoje nos encontramos. Três dos quatro últimos trimestres registraram queda do PIB – culminando com a retração de 0,6% anotada entre abril e junho. Ou seja, se foi ineficaz para debelar a inflação, a política de juros do BC foi absolutamente bem sucedida no abate da nossa economia.

A culpa pelo insucesso não é do Banco Central. É difícil ser o guardião da moeda quando, no mesmo time, quem deveria zelar pelo cofre age de forma perdulária e irresponsável. Com a equipe econômica levando as contas públicas à pior condição vista desde a adoção do regime de responsabilidade fiscal, o fracasso é certo.

Talvez por isso, a candidata-presidente agora acene com mudanças, caso conquiste um cada vez mais improvável segundo mandato. Mais uma promessa pouco crível diante de ameaça tão presente quanto o desalinho absoluto a que Dilma Rousseff conduziu a economia e as contas públicas brasileiras. Agora, em ritmo de fim de feira, não dá mais: só palavras não bastam para nos salvar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Padrão copia-e-cola

Programas de governo são documentos importantes para se conhecer as reais intenções dos candidatos, sua concepções, sua maneira de ver a realidade e as formas com que pretendem enfrentar desafios. Pelo menos deveria ser assim, mas não tem sido.

Na semana passada, Marina Silva divulgou as 242 páginas do programa da coligação Unidos pelo Brasil, liderada pelo PSB. O catatau revela um pouco da candidatura nascida da tragédia que matou Eduardo Campos. Está recheado de contradições, convicções que mais parecem de cristãos novos e até plágios.

O capítulo sobre direitos humanos ocupa apenas três páginas, mas, entre suas dez propostas, tem quatro integralmente copiadas do Plano Nacional de Direitos Humanos publicado em maio de 2002 pelo governo Fernando Henrique.

Nada contra alguém que se inspira em boas práticas adotadas por governos de diferentes partidos, uma vez que é isso que também caracteriza boas políticas. Mas daí a reproduzir propostas sem sequer atribuir crédito à fonte original vai imensa distância. Nem em colégios admite-se o copia-e-cola.

Além de plágios, o programa apresentado pela candidata também peca pela inconsistência. Menos de 24 horas depois de ser divulgado, na sexta-feira passada, já suscitara duas erratas, revisando pontos de vista da coligação sobre temas LGBT e sobre o aumento da participação da energia nuclear na matriz brasileira.

Pairam dúvidas também sobre as reais convicções da candidata do PSB acerca da receita a ser seguida para enfrentar os graves problemas econômicos por que passa o país, arrastado para o buraco pela fracassada política empreendida desde 2011 por Dilma Rousseff.

Marina professa agora fé num ideário que combateu com vigor no passado. Defende o combate à inflação, mas, assim como todo o PT, no qual militou por quase três décadas, empreendeu ferrenha oposição ao Plano Real.

Manifesta apoio incondicional aos ditames da responsabilidade fiscal, mas, em 11 de abril de 2000, então senadora pelo PT, votou contra a lei que instituiu o regime em vigor há 14 anos no país. 

Não satisfeitos com a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal, tanto o PT quanto o atual partido da senadora, o PSB, foram ao Supremo tentar derrubar o que o Congresso havia aprovado. Felizmente, sem sucesso.

Programas de governo que prometem o que não vão entregar são comuns na política. Basta ver também o oceano que separa os compromissos feitos pela hoje presidente em 2010 do que seu governo foi capaz de realizar: Dilma legará ao sucessor um país pior do que recebeu.

O país quer mudar a partir de 2015. Mas esta mudança tem de vir com segurança, com consistência, pelas mãos de quem tem reais condições de formar um time de peso para vencer os muitos desafios que despontam no horizonte. O Brasil não é para amadores, nem para quem copia e cola para tentar passar no teste das urnas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Mais comércio, menos ideologia

O comércio exterior é um dos melhores termômetros para se aferir a saúde de uma economia. No caso brasileiro, conforme os resultados que têm sido registrados pela nossa balança comercial já há algum tempo, o país tem padecido de um resfriado que caminha para uma pneumonia.

Foram necessários oito meses de comércio para que nossa balança saísse do vermelho. Com o resultado produzido em agosto, finalmente o saldo acumulado no ano tornou-se positivo. Mesmo que tenha atingido apenas US$ 249 milhões – ou valor equivalente à média que o país exporta a cada seis horas.

O saldo de agosto – US$ 1,2 bilhão, segundo o Ministério do Desenvolvimento – foi o pior resultado para o mês desde 2001. Ainda assim, foi obtido à custa de uma exportação de mentirinha: a “venda” à Suíça de uma plataforma da Petrobras que só sai do Brasil no papel, pois aqui é fabricada e aqui permanecerá produzindo. Sem isso, ainda continuaríamos no vermelho.

O país tem cuidado pouco e mal de seu comércio exterior. Nossa corrente de comércio – ou seja, a soma do que o Brasil exporta com o que importa – está menor neste ano do que estava no ano passado (quase US$ 10 bilhões menos), num momento em que todo o resto do mundo compra e vende mais produtos.

Uma política externa que nos mantém atados ao Mercosul e nos alinha com economias de menor importância no tabuleiro internacional nos conduziu a esta situação. Nos últimos anos, só três acordos comerciais foram firmados pelo Brasil, com Israel, Palestina e Egito – atores, convenhamos, da terceira divisão no concerto das nações...

Negociações importantes, como a entabulada com a União Europeia, não avançam, com o Brasil sucumbindo à apatia da Argentina e à recusa do governo populista do país vizinho em abraçar políticas liberalizantes. Neste abraço de afogados, naufragamos.

Ao mesmo tempo, outras economias percebem que um dos motores da prosperidade mundial, ora em retomada, está justamente em incrementar as trocas comerciais, integrar as cadeias nacionais ao restante do mundo e promover, assim, a modernização dos parques produtivos locais. Mais comércio é mais bem-estar e mais oferta de produtos melhores e mais baratos.

O Brasil precisa e quer recuperar o espaço perdido no mundo nos últimos anos. Precisa e quer livrar sua política comercial do ranço ideológico que a tem caracterizado na era petista. Quem tem perdido com esta opção preferencial pelo atraso são os brasileiros. Pagamos aqui cada vez mais caro por termos nos fechado ao resto do globo. A hora é de se abrir, com mais comércio e menos ideologia.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Mentiras em rede nacional

O horário eleitoral tornou-se uma usina de mentiras. Com metade do espaço ocupado pelo partido que há 12 anos está no poder, não é preciso dizer quem destila o festival de mistificações e inverdades. Mas o problema é ainda maior: espaços oficiais também são ocupados por verdadeiras falcatruas.

Em 30 de abril deste ano, a presidente da República convocou rede nacional de rádio e televisão a pretexto de fazer pronunciamento em homenagem ao Dia do Trabalho. Como de praxe, desvirtuou seu discurso para anúncios eleitorais. Transformou um espaço institucional em palanque.

Na ocasião, Dilma Rousseff anunciou que a tabela do imposto de renda seria reajustada em 4,5% em 2015. Segundo a oratória oficial, o percentual seria suficiente para repor a inflação do ano, embora esta se aproxime perigosamente do limite máximo da banda de variação da meta, ou seja, de 6,5%.

Para tanto, a Presidência da República editou a medida provisória n° 644. Ocorre que, como toda MP, o texto legal precisa ser votado dentro de 120 dias após sua publicação. O prazo, neste caso, venceu na última sexta-feira sem que a medida fosse apreciada pelo Congresso e convertida em lei.

Pelas regras vigentes, o governo não pode editar novo texto tratando do mesmo assunto. Trocando em miúdos: o reajuste da tabela do imposto de renda prometido pela presidente e alardeado em rede nacional simplesmente não acontecerá.

Trata-se do padrão tipicamente petista de prometer e não entregar. Pior ainda: trata-se da patológica atitude do partido no poder de jamais permitir que a oposição protagonize o debate, pondo o interesse da população abaixo do interesse político-eleitoral.

A MP n° 644 recebeu emendas, inclusive do senador Aécio Neves, que buscavam garantir que a tabela do imposto de renda fosse reajustada pelo índice de inflação até 2019 e não apenas por parcela dele, como tem acontecido nos últimos anos. Hoje o governo limita-se a conceder aumento baseado no índice de preços projetado e não na taxa efetiva.

Para impedir que a emenda prosperasse, o Planalto tentou enxertar a mudança da tabela numa outra MP, o que não admitiria emendas. Mas sua manobra foi frustrada pelos congressistas. Deixando claro que o que interessava era fazer política e não produzir justiça tributária para os contribuintes, o governo simplesmente deixou a medida de lado.

Trata-se de mais um episódio que revela como o partido no poder faz política, como orienta suas práticas de governo. Aqui o resultado é evidente: por pura incompetência e mesquinharia eleitoral, o cidadão não disporá de um direito seu. Para o governo do PT e da candidata-presidente, isso é mero detalhe de nenhuma importância.