Deu o esperado: o
pibinho cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre. Se o resultado geral não surpreendeu,
o retrato atual da economia brasileira revelado nesta manhã pelo IBGE
é mais decepcionante do que se previa. É o velho padrão Dilma de desempenho.
A agropecuária foi,
mais uma vez, quem salvou o PIB de frustração maior. Cresceu 3,6% e acumula
alta de 4,8% em 12 meses. O consumo do governo aumentou 0,7%, em mais uma
demonstração da hipertrofia estatal. Serviços também tiveram expansão (0,4%) no trimestre. De positivo, foi só.
Tudo o mais veio em
baixa, com destaque para a indústria. O setor que mais tem sofrido nas mãos do
PT teve queda de 0,8% nos três primeiros meses do ano e, nos últimos quatro
trimestres, acumula alta de apenas 2,1%. Construção civil (-2,3%) e
transformação (-0,8%) tiveram os piores desempenhos.
O consumo das
famílias, motor que durante largo período impulsionou a economia, também rateou.
A queda foi pequena (-0,1%), mas representa a primeira marca negativa deste
indicador desde o terceiro trimestre de 2011, quando comparado com o trimestre
imediatamente anterior.
Para complicar ainda
mais o cenário, os investimentos também caíram, e muito. A queda da chamada “formação
bruta de capital fixo”, ou seja, o que é aplicado em máquinas, equipamentos e
construções, foi de 2,1% no trimestre. No acumulado em 12 meses, ainda há alta
de 4,1%.
Como consequência, a
taxa de investimento do país manteve-se muito baixa: 17,7% do PIB. Há um ano
estava em 18,2% e no primeiro trimestre de 2011 atingia 19,5% do PIB. O Brasil continua
sendo um dos países em desenvolvimento com menor patamar de investimento em
proporção do PIB – para comparar: China (46%), África do Sul (22%), Índia (29%),
Chile (25%) e por aí vai...
Exportações caíram
3,3%, enquanto as importações apresentaram expansão de 1,4%. O governo
brasileiro não vai conseguir, contudo, culpar o ambiente externo pelo mau
desempenho da nossa economia. No primeiro trimestre, a maioria dos países obteve
resultados bem mais expressivos que o do nosso PIB, segundo o Trading Economics.
China, Japão e Índia
cresceram mais de 1% na comparação com o trimestre anterior. Alemanha, Reino Unido,
Colômbia e Austrália, 0,8%. A problemática Espanha avançou o dobro do Brasil e
a Turquia, 0,5%. Abaixo de nós, entre as economias relevantes, aparecem França
(0%), Itália (-0,1%), Argentina (-0,4%), Rússia (-0,5%) e EUA (-1%).
Se o primeiro
trimestre foi amargamente ruim, para o resto do ano as perspectivas não são
alvissareiras. “Todos os indicadores de atividade [do segundo trimestre] já
divulgados são piores do que os já anunciados para o primeiro trimestre”,
segundo o Valor Econômico. “Abril e maio terminaram sem dados que deem alento à
economia”.
Quando o governo
atual começou, Dilma Rousseff autorizou sua equipe econômica a divulgar que
previa promover crescimento médio de 5,9% ao longo de seu mandato. A presidente
não vai nem passar perto disso: sua média ficará, na melhor das hipóteses, em
torno dos 2% atuais. É a terceira pior de toda a história republicana
brasileira.
O Brasil experimenta
o padrão Dilma de excelência, desempenho e desenvolvimento: executa mal, cuida
mal da população e não consegue fazer o país avançar. Estamos aprisionados numa
armadilha de baixo crescimento e inflação alta. O tempo que o país tinha a
perder com a presidente e com os petistas já acabou.