A caminhada até aqui
envolveu etapas que resultaram num discurso oposicionista mais firme e
contundente, no reencontro com bandeiras tucanas históricas e permitiu que o
partido começasse a, desde já, moldar uma nova plataforma com a qual pretende disputar
o poder daqui a dez meses. Está em construção uma oposição forte como nunca.
Houve momentos
marcantes nesta trajetória. A fiscalização exercida de maneira incisiva e
constante pelas bancadas tucanas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal impôs
desgastes ao governo, ajudou a impedir que propostas inadequadas para o país
prosperassem e serviu para alertar a população brasileira acerca dos males que a
gestão petista vem impondo ao Brasil.
Coube à oposição
apontar, já no início deste ano, mas também de forma diária e continuada, os
principais equívocos da gestão da presidente Dilma Rousseff. Se fossem elencados
hoje, a lista arrolada na ocasião certamente teria muito mais do que 13
fracassos... Infelizmente, o ano de 2013 acabou mostrando-se ainda mais
frustrante do que o mais pessimista dos analistas poderia ser capaz de antever.
O Brasil chega ao
fim de 2013 como o país com menor crescimento entre os componentes do G-20. Também
somos, entre as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, a que exibe uma das
maiores taxas de inflação e a economia que pratica as maiores taxas reais de
juros em todo o mundo. Colecionamos neste ano, lamentavelmente, títulos nada
gloriosos, numa combinação indigesta.
Diante da exaustão de
um modelo econômico que o PT foi incapaz de renovar, os últimos meses também
marcaram, por parte da oposição, a firme defesa do legado tucano. Trata-se do
alicerce dos muitos avanços que a sociedade brasileira conquistou nestes
últimos 20 anos e que ora vão se esfarelando, porque o país está há tempos sem ver
uma única reforma estruturante ser empreendida.
Bandeiras caras ao
PSDB – como a responsabilidade fiscal, a defesa do combate intransigente à
inflação e de um Estado mais eficiente que sirva melhor aos cidadãos, com
abertura decidida ao investimento privado – foram reempunhadas com vigor. A experiência
recente ajudou a reafirmar a importância de muitas das teses tucanas. Lições da
história que muitos, infelizmente, demoraram muito tempo para aprender.
Construído cotidianamente,
pé ante pé, o fortalecimento do projeto oposicionista também permitiu ao PSDB
apresentar à sociedade, já neste fim de ano, as primeiras linhas do que se pretende
um projeto capaz de iniciar um novo ciclo de prosperidade, confiança e bem-estar
no Brasil a partir de 2015. Rascunhar as primeiras ideias voltadas a recuperar o
vigor e a credibilidade que o país vem, tristemente, perdendo.
O documento que o
PSDB trouxe a público nesta semana não tem a pretensão de apresentar respostas
prontas e acabadas aos problemas brasileiros. Até porque ninguém as tem. E até porque,
mesmo se as tivesse, seria absolutamente extemporâneo fazê-lo agora. Neste momento,
a hora é, simplesmente, de balizar o melhor caminho a trilhar, aprofundar o diálogo
com a sociedade, conversar com os brasileiros.
Mas – além da força
e da musculatura que a oposição veio acumulando nos últimos tempos, num
processo que se acelerou e aprofundou neste 2013 – o PSDB também pôde, neste
fim de ano, exibir um trunfo ainda mais valioso e importante: a unidade em
torno de um projeto destinado a iniciar a mudança capaz de recolocar o Brasil
no rumo certo e promover o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida que
todos os brasileiros querem.