Dois são os aspectos mais preocupantes trazidos pela pesquisa feita pelo IBGE. O primeiro, e mais significativo, é que a desigualdade de renda parou de cair nos anos do governo da atual presidente da República. O fracasso da gestão de Dilma Rousseff interrompe queda que vinha ocorrendo há 20 anos.
O índice de Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,497 em 2012 para 0,499 em 2013. Quanto mais próximo de 1, pior a distribuição de renda entre os habitantes. No ano passado, os 10% mais ricos viram seus ganhos crescer o dobro dos 10% mais pobres, mostrou o Valor Econômico.
Mais 324 mil brasileiros passaram à situação de extrema pobreza de 2012 para 2013, segundo O Estado de S. Paulo. Ainda há 11,7 milhões de habitantes, que representam 5,9% da população, nesta condição no país.
O segundo aspecto negativo de grande relevância é o aumento da taxa de desemprego, que acontece também pela primeira vez desde 2009. O indicador subiu de 6,1% para 6,5%. O número de vagas hoje geradas no país – cerca de 500 mil ao ano – é insuficiente para dar conta dos jovens que ingressam na população economicamente ativa.
Há, claro, dados positivos na Pnad divulgada ontem, como no analfabetismo, que voltou a cair, depois de ter estagnado entre 2011 e 2012. Ainda assim, remanescem 13,3 milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, mais da metade deles no Nordeste.
Há, também, a redução do trabalho infantil, embora quase meio milhão de crianças com idade até 13 anos continuem trabalhando, o que é inaceitável.
Além disso, serviços fundamentais para a melhoria da qualidade de vida, como os de saneamento, continuam avançando ainda muito lentamente.
Políticas exitosas como a distribuição de renda via programas como o Bolsa Família e a recuperação do poder de compra do salário mínimo vão encontrando seus limites. Ao mesmo tempo, iniciativas de efeitos mais duradouros, como a expansão da educação, ainda não avançam no ritmo necessário.
Políticas exitosas como a distribuição de renda via programas como o Bolsa Família e a recuperação do poder de compra do salário mínimo vão encontrando seus limites. Ao mesmo tempo, iniciativas de efeitos mais duradouros, como a expansão da educação, ainda não avançam no ritmo necessário.
Parece evidente que a estagnação que se abateu sobre o país nos anos de gestão de Dilma Rousseff já cobra seu preço em termos de aumento da desigualdade, piora no mercado de trabalho e perda de ritmo de ascensão social.
O que a candidata-presidente, com sua tática do medo, diz que pode acontecer no Brasil se seus adversários vencerem as eleições de outubro já está ocorrendo no governo dela.
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