Dilma Rousseff voltou ontem a falar em “golpe”. Parecem resquícios de sua militância durante o regime militar, em que tudo o que fazia era conspirar. A presidente deveria atentar para que, agora, vive numa democracia e mirar os alvos corretos. Golpismo há em sua forma de governar, conspiradores são seus próprios aliados.
A presidente parece ter se entusiasmado ao tomar a parte pelo todo, ontem em Presidente Prudente (SP). Como estava diante de representantes dos parcos 7% da população brasileira que ainda apoiam sua gestão, achou que poderia arrostar os muitos que majoritariamente a rejeitam e, mais que isso, repudiam sua forma de governar o país.
Dilma vê “ruptura democrática” naquilo que é o funcionamento puro e simples das instituições, a observância estrita das leis, o respeito inarredável aos ritos e procedimentos constitucionais. Sua visão da democracia, como se percebe, é muito peculiar.
Ruptura, na realidade, há na forma irresponsável com que Dilma governa, nos modos com que seu partido, o PT, faz política e, em especial, na maneira com a qual a candidata ganhou as eleições do ano passado. Isso, sim, merece repúdio; isto, sim, atenta contra a democracia.
Golpe é o modo com que Dilma comanda o país, em profundo desacordo com o que pregou aos eleitores para obter mais um mandato, em flagrante desonestidade quanto às causas que nos trouxeram ao buraco atual e também em relação às falsas opções que oferece como supostas saídas.
Quem inviabiliza o governo de Dilma é ela própria e sua notória incapacidade de encontrar soluções para os graves problemas que ela mesma semeou e adubou. Quem golpeia cada vez mais abertamente a política que ela, ainda que de maneira relutante, patrocina são seus pares, seus partidários, seus antigos aliados.
Noticia-se também hoje que o instituto que leva o nome do tutor de Dilma elabora um plano para promover uma “guinada” na economia e forçar a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda. A intenção, segundo publica o Valor Econômico, é ressuscitar as malfadadas linhas de atuação econômica que, desde Lula, levaram o Brasil à ruína em que se encontra. Quem, afinal, conspira contra Dilma?
Ela própria dá mostra de sua fraca convicção quanto às medidas que implementa. Ora já ensaia, segundo O Estado de S. Paulo, recuar – de novo? – de iniciativas que acabou de propor, o que pode desfigurar ainda mais um pacote já em tudo tímido, ralo e insuficiente.
Quem conspira contra a nação é Dilma Rousseff e sua maneira errática, equivocada e enganosa de conduzir o Brasil. Seu governo é a versão moderna do embuste. O país precisa, sim, de mudança, mas estritamente dentro dos limites da lei e da ordem, regiamente sob os auspícios da Constituição. Para pôr fim a esta lamentável experiência de atalhos e irresponsabilidades que parecem não ter fim.
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