sábado, 14 de maio de 2016

Ordem e progresso

Foram positivas as primeiras horas do novo governo. O pronunciamento inaugural feito pelo presidente em exercício, Michel Temer, listou prioridades corretas para o país, adotou abordagem sóbria e indicou o caminho da conciliação e do diálogo como saída para começar as transpor as imensas dificuldades legadas por 13 anos de desgoverno petista.

Temer disporá de pouco tempo para alterar uma situação que é de ruína. Em vista disso, resolveu focar naquilo que é mais urgente para que o país retome o ambiente da normalidade e o rumo do crescimento: zelo com as contas públicas, investimentos privados para criar empregos e comércio com o resto do mundo para gerar divisas e ampliar mercados.

É uma agenda adequada e desejada. Significa a antítese da irresponsabilidade fiscal, do intervencionismo estatizante e do alinhamento externo apenas pautado por ideologias e não por interesses nacionais que predominavam. Pode até não ser suficiente, mas já é oxigênio capaz de dar vida nova a uma nação que se acostumara a se ver sufocada.

A condução da política externa pelo ministro José Serra é um alento e uma promessa de resultados positivos e rápidos na reorientação do país perante o mundo. Acaba aquela sensação de estarmos apartados do que move o concerto das nações e voltados apenas ao que há de pior em termos econômicos e ideológicos. É o Brasil de volta ao jogo.

Também se mostrou auspiciosa a primeira medida formalmente tomada pelo novo governo: a criação de um programa com vistas a catapultar a agenda de privatizações, concessões e parcerias público-privadas que terá o condão de destravar os investimentos em nossa infraestrutura e reativar o motor da geração de emprego.

Espera-se também de Michel Temer que não esmoreça na intenção reformista que manifestou no discurso de ontem. Recuperar um horizonte de sustentabilidade para o sistema de previdência, dinamizar o mercado de trabalho e equilibrar a carga tributária são condições necessárias para que o país volte a aspirar à retomada do desenvolvimento.

É claro que a nova equipe ministerial não é o time dos sonhos dos que aguardaram tanto tempo para pôr fim ao governo do PT. Os traços de fisiologismo ainda se fazem presentes, mas passam como fruto da necessidade imperiosa de obter maiorias no Congresso, tanto para garantir o afastamento definitivo de Dilma Rousseff nos próximos 180 dias, quanto para aprovar medidas amargas que certamente virão.

Os primeiros atos de Michel Temer recuperaram para o centro do poder o ar de sobriedade, de equilíbrio institucional e até de certo improviso e humildade que haviam sido perdidos sob a tóxica atmosfera petista. Começam a ficar para trás o tempo da cizânia, o ar permanentemente palanqueiro e o primado da mentira que tanto mal causaram ao Brasil e aos brasileiros. O país voltou a mirar a ordem e o progresso. Que perdure.

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