Quando disputou a eleição presidencial, Dilma Rousseff foi apresentada ao país como gerente capaz de transformar projetos em realidade. A mulher que, na fantasia vendida pelo PT, executaria todas as obras e ações sonhadas pela população termina seu primeiro ano de mandato sem mostrar a que veio.
O governo federal caminha para concluir 2011 com desempenho pífio em relação aos investimentos públicos, a “especialidade” de Dilma. Tanto os ministérios quanto as estatais investiram menos que o previsto neste ano, ao mesmo tempo em que aumentaram seus gastos em despesas correntes.
O Estado de S.Paulo mostra hoje que “os investimentos do governo federal encolheram R$ 16,5 bilhões de janeiro a novembro de 2011, em comparação com 2010”. Já O Globo informa que o governo não cumpriu o corte de gastos prometido para este ano, mas ceifou fortemente os investimentos.
No caso dos ministérios, a queda chegou a 19,6% em comparação com o que foi investido entre janeiro e novembro de 2010. Foram R$ 8 bilhões menos: o montante caiu de R$ 40,7 bilhões para R$ 32,7 bilhões, de acordo com levantamento da Associação Contas Abertas.
Ainda segundo o Estadão, os investimentos das estatais também despencaram sob a gestão Dilma. Passaram de R$ 70,7 bilhões, em 2010, para R$ 62,2 bilhões agora, com redução de 12%.
“Os investimentos chegam ao fim do ano como a área mais afetada pelo ajuste fiscal, embora o grosso dessas despesas nem tenha sido contingenciado, pois está dentro do PAC. A retração nos investimentos contribuiu para a estagnação da economia brasileira no terceiro trimestre”, diagnostica O Globo.
Na fantasia petista, Dilma estaria, a esta altura, dedicando-se a inaugurar carradas de obras do Programa de Aceleração do Crescimento. Mas o que efetivamente se constata é uma paralisia sem fim, principalmente nas empresas estatais, que sempre foram o motor do programa.
A Petrobras terá neste ano o pior desempenho desde 2008. De R$ 91,3 bilhões em projetos de investimentos programados para 2011, foram realizados R$ 55,8 bilhões até outubro, ou 61% do total. Entre os projetos travados está o da Comperj, no Rio, e o da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Com o grupo Eletrobrás não é diferente. Do total de R$ 8,2 bilhões que o orçamento de suas 15 companhias previa para gastos em expansão em 2011, foram aplicados apenas R$ 3,8 bilhões entre janeiro e outubro, ou seja, apenas 45% do total, informou o Valor Econômico na semana passada.
Nos portos, dá-se o mesmo. Apenas um quarto dos R$ 3 bilhões reservados para reformas em sete terminais foi gasto. Já nos aeroportos brasileiros, dos R$ 2,2 bilhões que a Infraero possui para adequação da infraestrutura aeroviária neste ano, foram utilizados somente R$ 623 milhões; é menos de um terço da dotação.
Para completar, o governo federal tem dificuldades para destravar os investimentos privados. As concessões aeroportuárias, por exemplo, estão atrasadas; as Parcerias Público-Privadas só saem do papel nos estados e municípios, e atolam quando envolvem a União; as empresas pagam uma carga de impostos cada vez maior. A perspectiva para 2012 não difere muito disso.
Um país que pretende crescer de maneira sustentável não pode abrir mão de investir de maneira perene. Os empreendimentos não devem ser feitos a solavancos, ao sabor do calendário eleitoral, como o PT adora fazer. Obras realizadas às pressas para serem exibidas na TV por Dilma hoje agonizam sob intempéries. Pelo jeito, só serviram para isso mesmo: propaganda.
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