terça-feira, 9 de maio de 2017

Diz aí, Lula

Luiz Inácio Lula da Silva tem muito a dizer. Terá grande oportunidade daqui a dois dias, quando estará sentado na condição de réu perante o juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba por processo em que é acusado de receber propina por meio do tríplex à beira-mar no Guarujá dado pela OAS. Chegou a hora de acertar as contas com o líder da organização criminosa que saqueou o país nos últimos anos.

Lula já é réu em cinco processos. Sobre ele, pesam acusações de corrupção (17 vezes), lavagem de dinheiro (211 vezes), tráfico de influência (4 vezes) e obstrução de justiça (1 vez), segundo contabiliza Ricardo Noblat n'O Globo. Somadas, as penas que podem ser imputadas ao ex-presidente somam 1.795 anos de cadeia, de acordo com a IstoÉ.

É esta ficha corrida que os brasileiros querem ver investigada e, uma vez comprovada a culpa do réu, punida com cadeia. Provas já há de sobra, como demonstrou a revista Época na sua edição desta semana.

Depoimentos, notas fiscais, contratos, certidões, extratos bancários e e-mails, entre outros, atestam um montante de mais de R$ 80 milhões em dinheiro sujo destinado a Lula por empreiteiras. Existem, portanto, fatos e razões em excesso para o petista ser condenado e preso.

Quanto mais próximo o acusado, réu ou delator é ou foi de Lula, mais acachapantes, mais contundentes, mais graves são as revelações sobre a atuação do chefe à frente da organização criminosa.

Dos Odebrecht a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras que, na sexta-feira, declarou ao juiz Sergio Moro que Lula comandava diretamente o esquema criminoso que quase quebrou a estatal.

Passando por João Santana e a mulher dele, Monica Moura, ainda estão na fila Antonio Palocci, que movimentava a dinheirama do chefe, e Leo Pinheiro, da OAS, orientado por Lula a destruir provas do petrolão.

Todos, rigorosamente todos, deixam clara a proeminência de Lula à frente da máquina corrupta que rendeu quatro vitórias eleitorais ao PT e drenou bilhões de reais do dinheiro que deveria servir aos brasileiros.

Os seguidores do petista, claro, não estão nem aí para a Justiça e, menos ainda, prezam e respeitam as suas instituições. Pretendem transformar em circo a ocasião do depoimento que ele fará ao juiz Moro na quarta-feira. Os brasileiros, contudo, querem algo mais singelo: que se faça justiça e que quem deve pague pelo mal que cometeu.

Lula não deveria mais ser caso de amor ou ódio. Depois de tudo o que já se sabe, Lula já nem deveria mais ser objeto de consideração política. Porque Lula tornou-se tão somente caso de polícia.

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