As urnas trouxeram neste domingo uma clara mensagem dos eleitores: a maioria dos brasileiros quer que o país siga um caminho diferente do atual. José Serra é o responsável, nos próximos 27 dias, por honrar o mandado emanado das urnas neste primeiro turno e consolidá-lo na votação definitiva, marcada para 31 de outubro. Com os sufrágios que receberam, ele e Marina Silva personificam um novo Brasil.
Concluída nesta manhã a apuração em todo o país, José Serra obteve 33.132.283 votos. Marina completou sua brilhante trajetória com 19.636.359 votos. Feitas as contas, os dois foram depositários da confiança de 52.767.098 eleitores brasileiros. Isso representa 5.117.208 votos a mais do que os obtidos pela candidata do PT.
Juntos, Serra e Marina encarnarão este novo país. Um país que diz ‘não’ ao julgo e à tutela de quem se crê “dono” da vontade popular, “pai” dos brasileiros, a quem queria legar uma “mãe”. A esta retórica infantilizante, o eleitor disse ‘basta’. O Brasil mostrou-se muito maior e mais maduro do que o governo atual gostaria que fôssemos.
Registrado nas urnas, o recado dos brasileiros foi claro: não compactuam com seguidos escândalos de corrupção, invasões de privacidade, alianças com os mais nefastos caciques da política brasileira, apadrinhamentos políticos se sobrepondo à competência pessoal. Não aceita fantoches.
A vitória de Serra e o triunfo de Marina são feitos de quem lutou de maneira tenaz contra a máquina pública, as velhas oligarquias, os compadrios, a ocupação do espaço público por interesses privados e uma enorme quantidade de recursos torrados em favor da preferida de Lula – o governo federal gasta hoje R$ 1 milhão por dia para se autopromover.
“Não denunciamos a corrupção, o clientelismo e a ineficiência por ‘moralismo’, mas, sim, para mostrar, em nome da justiça social, o quanto os andares de baixo perdem com a ineficiência, a corrupção e o clientelismo. Haverá mais, e não menos, inclusão social e desenvolvimento, quanto mais eficiência houver no governo e decência na vida pública”, resumiu o presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado na edição de O Estado de S. Paulo deste domingo.
Em nome da decência, José Serra está no segundo turno. Mas não é só isso. Ele terminou a primeira rodada à frente de Dilma Rousseff em alguns dos mais importantes estados do país, como São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Também conseguiu a dianteira, de maneira incontestável, no Acre, em Roraima e em Rondônia.
Se Serra obteve desempenho muito mais promissor do que os prognósticos governistas lhe reservavam, o PSDB e as forças de oposição saíram das urnas também com força expressiva. Dentre os estados cuja eleição se definiu neste primeiro turno, governarão sete: Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Em 31 de outubro, o PSDB ainda tem chance de vencer em mais cinco estados: Alagoas, Goiás, Pará, Piauí e Roraima. Isso significa que, com os resultados deste domingo, 44,7% do eleitorado já está sob governos de tucanos e/ou seus aliados, percentual que pode chegar a 54,5% no fim deste mês. Quem disse que a oposição havia morrido?
A hora, portanto, é de união. Há uma chance histórica de o Brasil manter sua trajetória de normalidade democrática (inaugurada por Tancredo Neves), estabilidade econômica (iniciada com o presidente Itamar Franco), avanços sociais (aprofundados por Fernando Henrique) e, além disso, jogar fora as mazelas que prosperaram no governo do PT.
Com sua devoção à democracia, o respeito à vida, a defesa do patrimônio nacional e das instituições públicas, José Serra é o nome para conduzir o Brasil neste caminho e personificar o desejo de um país mais decente, que tanto os eleitores dele quanto os de Marina demonstraram querer. Um Brasil do desenvolvimento amplo e sustentável.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
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