sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O fim e o recomeço do Brasil

O Brasil parecia ter acabado no início de 2016. Tamanha era a ruína e tão parcas as perspectivas que a esperança em dias melhores era praticamente nula. O impeachment de Dilma Rousseff e, a partir dali, a adoção de políticas orientadas a reconstruir o país em bases sólidas e responsáveis colaboraram para ressuscitar a confiança.

Desde então, mesmo a duríssimas penas, o Brasil avança para superar o estrago que 13 anos de gestão petista nos legaram. Está em marcha a recomposição das contas públicas, a redefinição do papel do governo na vida das pessoas e a remodelagem do tamanho do Estado na economia.

Não é pouca coisa. Mas ainda vai levar muito tempo até que o estrago herdado seja consertado. Basta ver o que está acontecendo na vizinha Argentina. Neste ano, em função de uma agenda ousada de reformas orientadas a sepultar o populismo kirchnerista, o país terá seu maior crescimento desde 2012, relata o Valor Econômico. Demorou.

No Brasil, a atual oposição se sente confortável em apontar as mazelas do país, mas se exime de admitir que a fatura foi ela mesma, enquanto era governo, que gerou. A conta dos gastos estratosféricos que quebram o Estado, o desmanche das estatais, a irresponsabilidade que semeou um imenso cemitério de obras inacabadas pelos quatro cantos do país têm a assinatura do modo PT de governar.

A inépcia não foi meramente gerencial e econômica. Foi também, e sobretudo, socialmente irresponsável. Não há o antes e o agora nas condições de vida e bem-estar da população, como bradam os petistas. Há no presente um pesado fardo derivado da inépcia dos governos de Dilma e Lula que produziu empobrecimento, desemprego e retrocessos sociais.

Note-se, por exemplo, o que o Ipea constatou por meio do chamado Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Já em 2015, primeiro ano do segundo mandato de Dilma, o processo de avanços sociais no país começou a retroceder, informa O Globo. Já então, ao contrário do que diz o discurso petista, a vida no país passou a piorar.

Com a recessão econômica, iniciada no começo de 2014, renda e trabalho já afundavam sob a gestão do PT, num mergulho que chegaria muito mais além até que o país finalmente conseguisse se livrar de Dilma, em maio de 2016. O Estado, por seu turno, também já exibia sinais de exaustão, com redução de investimento e extinção de programas.

Houve avanços sociais durante os anos de governo petista? Inegável que sim. Mas o mesmo IVS mostra que o ímpeto inicial, da primeira década do século, foi baixando e, a partir de 2011, recuou a um ritmo equivalente a um quarto do que fora registrado nos dez anos anteriores. De 2015 para cá, terá piorado.

Caso queiramos continuar a reconstruir o país em bases duradouras, esse deveria ser o necessário debate a ser travado com vistas às eleições do próximo ano. Se quer ser novamente presidente da República, caso a Justiça não o mande antes para a cadeia, Lula, o líder maior das políticas petistas que produziram a ruína, deveria usar suas andanças para explicar aos eleitores por que seu partido fracassou tão rotundamente e deixou esta gigantesca conta para 200 milhões de brasileiros pagarem.

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