Dilma Rousseff tem
se revelado uma excelente presidente... para Cuba. Enquanto a infraestrutura
brasileira definha, o governo dela aumenta as atenções para com a ilha
comandada pela ditadura castrista e libera uma montanha de dinheiro para dar alguma
competitividade à combalida economia cubana. Para os companheiros, a presidente
é uma mãe, zelosamente protegida pelo manto do sigilo.
Ontem, depois do
rolezinho nababesco com sua comitiva em Lisboa, a presidente da República desembarcou
em Mariel, nas proximidades de Havana, para inaugurar um porto que foi quase
todo financiado pelo BNDES. O Brasil forneceu cerca de R$ 2 bilhões (US$ 802
milhões) para a Odebrecht erguer as estruturas que tornaram o terminal portuário
cubano o terceiro maior do continente e o transformarão em breve no maior de
todos.
Mas a bondade não
parou aí. Em meio à festa de ontem, Dilma anunciou
que o BNDES colocará mais dinheiro em Cuba. Serão mais R$ 700 milhões (US$ 290
milhões) para a instalação de uma zona econômica especial nas proximidades do
porto de Mariel. Do valor, 85% virão de crédito do BNDES e os 15% restantes serão
contrapartida do governo cubano.
Dilma trombeteou o
anúncio antes mesmo de o empréstimo ser formalmente aprovado nas instâncias legais
brasileiras. “O financiamento anunciado por Dilma ainda não havia dado entrada
no BNDES e está sob negociação em nível ministerial”, informa a Folha de S.Paulo. A petista não se fez de rogada e disse ter “orgulho” em se
associar a Cuba.
Fosse o Brasil um
país que esbanjasse dinheiro e com questões de infraestrutura e logística totalmente
resolvidas, poderia até ser compreensível o BNDES incentivar negócios de outros
países. Mas nossa realidade está longe disso. Também não é aceitável que operações
bilionárias desta natureza sejam realizadas sem nenhuma transparência.
O BNDES financia
obras de infraestrutura em quinze países, incluindo também o metrô de Caracas,
com empréstimo concedido ao governo chavista. Porém, três contratos — dois com
Cuba e um com os camaradas de Angola — foram classificados como secretos, por determinação
do ministro Fernando Pimentel, em junho de 2012. Envolvem um total de US$ 6
bilhões, mas só verão a ação detergente da luz do sol em 2027, como mostrou José
Casado n’O Globo
em outubro passado.
Vários requerimentos
de informações pedindo explicações a respeito destas nebulosas – quiçá tenebrosas
– transações foram protocolados pelo PSDB no Congresso, mas seguem represados
pela bancada do PT. Por que o governo petista se recusa a explicar onde e como está aplicando
o dinheiro dos contribuintes brasileiros em negócios de interesse de governos
estrangeiros e de empresas eleitas?
Os recursos que vão
para a ilha da ditadura castrista – e também para a Venezuela chavista ou para
países africanos, notadamente os ideologicamente alinhados – são os mesmos que
faltam para obras estruturantes no Brasil, em especial as de mobilidade urbana
nas nossas metrópoles. São também os mesmos que micro, pequenas e médias
empresas não conseguem obter no BNDES, que reserva sua política e seus créditos
para os “campeões nacionais” escolhidos por Brasília.
Tome-se o exemplo de
Mariel. O valor transferido pelo BNDES aos cubanos equivale ao triplo do que o
banco destinou para melhorias e ampliações no Porto de Suape, em Pernambuco, desde
a sua inauguração, em 1983, informou a revista Veja
no início deste ano. Enquanto isso, dos US$ 218 milhões previstos para serem
investidos nos portos brasileiros no ano passado, apenas US$ 15,5 milhões (7%) foram
aplicados, mostra hoje o Correio Braziliense.
O dinheiro do BNDES –
que é dinheiro de todos os brasileiros – deve ser aplicado primordialmente
dentro do país, a fim de que possamos superar o monumental atraso que grassa em
nossa infraestrutura e também melhorar as condições de vida nas metrópoles. Mais
importante ainda, toda e qualquer operação que envolve recursos públicos
precisa ser transparente e não embalada numa caixa-preta para beneficiar ditaduras
camaradas e empresas amigas, como faz o governo da presidente Dilma Rousseff.
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