Nem com toda a
propaganda oficial, nem com todo o clima de festa que cerca a época de Copa do
Mundo, a presidente Dilma Rousseff consolidou suas chances de vitória nas
eleições de outubro.
O que a mais recente pesquisa de intenções de voto,
divulgada ontem pelo Datafolha,
atesta é que a disputa será decidida em dois turnos e, na segunda rodada, a
oposição tem tudo para vencer.
Para começar, as intenções
de voto na candidata-presidente empatam rigorosamente com as declaradas nos
demais candidatos: 38% a 38%. No início de junho, Dilma tinha percentual menor
(34%), mas os oponentes pontuavam bem menos (32%). Ou seja, neste último mês mais
eleitores se inclinaram a ficar contra do que a favor da petista.
Dilma também tem
contra si uma taxa de rejeição que é o dobro da de Aécio Neves: 32% a 16%. A
proporção daqueles que dizem que não votarão na petista “de jeito nenhum” é
ainda mais acachapante em determinados grupos: somam 51% entre os eleitores com
ensino superior, 49% nos de renda acima de dez salários mínimos e 40% na região
Sudeste. Se depender deles, Dilma já pode pedir o boné...
Em alguns segmentos
de renda e região, Aécio já vence ou empata com a presidente. Entre os que
ganham entre cinco e dez salários mínimos, o tucano tem 36% dos votos e a
petista, 26%. Igual vantagem é registrada entre os que completaram o ensino
superior, faixa em que Aécio ganhou sete pontos em um mês. No estrato acima de
dez salários, há empate técnico entre os dois, situação que se repete nos
estados do Sudeste.
Dá para delimitar
claramente onde Dilma Rousseff concentra a maior parte de suas forças: a região
Nordeste, as cidades de interior do país, os brasileiros que ganham menos de
dois salários mínimos, as mulheres e os eleitores com apenas ensino fundamental
completo.
Os números colhidos
pelo Datafolha para um possível segundo turno evidenciam as reais chances de
vitória da oposição. Hoje, a diferença entre Dilma e Aécio é de apenas sete
pontos percentuais: 46% a 39%. Vale lembrar: há pouco mais de quatro meses, em
fevereiro passado, a petista tinha o dobro das intenções de voto no tucano nesta
mesma simulação.
Ainda sobre o
segundo turno, Aécio já empataria com Dilma entre os jovens, entre aqueles com escolaridade
até o ensino médio, nas regiões metropolitanas e na faixa de renda entre dois e
cinco salários mínimos. E venceria a petista entre os brasileiros com ensino
superior, com renda acima de cinco salários, nas regiões Sudeste, Sul e
Centro-Oeste e nos municípios com mais de 200 mil habitantes.
Por enquanto, apenas
um terço dos eleitores manifesta “grande interesse” pelas eleições. Ou seja, a
decisão do voto ainda está sendo postergada, com os brasileiros à espera de conhecer
melhor as alternativas que têm ao que já está aí há 12 anos e já é muito bem conhecido.
A oposição tem uma
avenida pela frente para decolar. Enquanto 50% dizem “conhecer muito bem” a presidente,
apenas 16% manifestam a mesma posição em relação a Aécio Neves. Assim, o início
da propaganda eleitoral, com exibição equânime dos candidatos, tende a favorecer
quem é menos conhecido e não quem já está aí, massivamente vendida todos os
dias pela propaganda oficial, há anos.
Os resultados do
Datafolha se juntam aos de outros institutos de pesquisa e apontam, todos, numa
única direção: o país ruma para uma eleição em que os cidadãos optarão pela
mudança, abrindo nova fase de prosperidade e de desenvolvimento para os
brasileiros. A campanha que ora começa será valiosa para aclarar os novos caminhos
que se abrem, dando aos eleitores as melhores condições de fazer as escolhas
que o Brasil precisa.
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