Terminado o primeiro
turno, o PSDB já conquistou a prefeitura de 688
municípios. Nas capitais, saiu-se vitorioso em Maceió, onde Rui Palmeira
obteve 57,41% dos votos válidos, com quantidade de sufrágios quase cinco vezes
maior do que a do segundo colocado, apoiado pelos partidos da base de Dilma
Rousseff em Brasília.
O PSDB só não terá
mais municípios do que o PMDB, que terminou em primeiro lugar em 1.017 e ainda
disputa o segundo turno em mais 16. O PT tem 624 cidades sob seu comando e,
mesmo que vença em todos os municípios onde ainda concorre na segunda rodada,
não tem como ultrapassar os tucanos.
Das 50 cidades onde
ainda haverá segundo turno, o PSDB disputará a vitória em 18 delas. Destas,
oito são capitais: São Paulo, Manaus, Vitória, Teresina, São Luís, Belém, João
Pessoa e Rio Branco. Mas há cidades muito importantes também em jogo, como
Guarulhos, Jundiaí, Ribeirão Preto, Sorocaba, Franca, Taubaté, Campina Grande, Londrina,
Pelotas e Blumenau.
Nos grandes centros,
o desempenho do PSDB agora pode ser muito melhor do que o de 2008, quando o
partido saiu-se vitorioso em quatro capitais – duas das quais, Teresina e São
Luís, podem ser mantidas – e em outros nove municípios com mais de 200 mil
eleitores.
Dependendo dos
resultados do segundo turno, o PSDB poderá sair da eleição como o partido que tem o maior número
de habitantes sob seu governo. Considerando apenas as prefeituras já
conquistas, 19 milhões de brasileiros estarão sob gestão tucana nos próximos
quatro anos. Mas este número pode mais que dobrar, de acordo com o que
acontecer no próximo dia 28.
Os tucanos
disputarão a segunda rodada com o PT em seis cidades: São Paulo, Rio Branco, João
Pessoa, Pelotas, Taubaté e Guarulhos. Até agora, os petistas conquistaram
apenas uma capital (Goiânia) e estão na disputa em outras seis capitais – em
três delas em confronto direto com o PSDB.
Na capital paulista,
José Serra confirmou sua força política e terminou a primeira rodada da eleição
em primeiro lugar, com 30,75% dos votos válidos. A prefeitura da maior cidade do
continente será disputada com o petista Fernando Haddad, que nem com toda a
massiva participação de Lula, nem com o descarado troca-troca de cargos na
máquina federal conseguiu superar o líder tucano.
Além disso, o
partido dos mensaleiros sofreu derrotas fragorosas, a começar por Belo
Horizonte. Lá o candidato escolhido pela presidente da República perdeu no
primeiro turno para o nome apoiado pelo senador Aécio Neves: Márcio Lacerda
(PSB) foi reeleito com 52,69% dos votos válidos, com 152 mil votos a mais do
que Patrus Ananias, ex-ministro de Lula, que também se empenhou pessoalmente na
campanha e saiu igualmente derrotado.
Outras duas derrotas
acachapantes dos petistas ocorreram em Recife e Porto Alegre. Na capital
pernambucana, Humberto Costa, também ex-ministro de Lula e imposto à seção
local do partido pela cúpula petista, terminou em terceiro lugar, atrás de
Geraldo Julio, eleito pelo PSB, e do tucano Daniel Coelho, que obteve
excepcionais 27,65% dos votos válidos.
Em Porto Alegre,
base eleitoral da presidente da República e antes tida como bastião petista, o
candidato do partido de Lula, Dilma e José Dirceu não obteve nem 10% dos votos
válidos e terminou também em terceiro lugar, derrotado por José Fortunati,
pedetista reeleito em primeiro turno. Outro fracasso retumbante de Lula ocorreu
em Feira de Santana (BA): mesmo com a presença do ex-presidente em pessoa em
seu palanque, o candidato do PT teve meros 18% dos votos, três vezes menos do
que o do vencedor, José Ronaldo, do DEM.
Além de disputar
diretamente 18 cidades na votação do dia 28, o PSDB tem aliados encabeçando a
chapa em municípios importantes como Salvador, onde ACM Neto (DEM) liderou a
disputa no primeiro turno com apoio do PSDB; Florianópolis, onde Cesar Junior,
do PSD, é apoiado pelo partido; e Campinas, onde faltou muito pouco para Jonas
Donizete, do PSB, apoiado pelos tucanos, derrotar o petista Marcio Pochmann já
neste domingo. O PSDB também participa da candidatura vitoriosa de João Alves,
do DEM, eleito prefeito de Aracaju.
Os resultados deste
domingo confirmam o PSDB como força poderosa de oposição ao governo petista.
Mesmo há dez anos afastado do poder federal, os tucanos obtêm votações
expressivas, conquistam cidades importantes e continuam sendo depositários da
confiança do eleitor que acredita que a política não pode e não deve ser
transformada num vale-tudo em que o que menos importa é o bem-estar da
população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário