A maioria do Supremo
Tribunal Federal (STF) considerou José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que
comandaram a legenda durante o processo que levou o Partido dos Trabalhadores
ao poder federal, culpados pelo crime de corrupção ativa. Eles conduziram um
esquema que desviou dinheiro público para comprar o voto de parlamentares e formar
a base de apoio ao governo Lula. Tudo isso resta agora provado pelos ministros
do Supremo.
Foi sobre esteios desta
natureza que, “entre quatro paredes de um palácio presidencial”, o PT ancorou
seu projeto de poder, num esquema fraudulento que perdura aqui e acolá até os
dias de hoje. Infelizmente, o partido dos mensaleiros ainda continua a lograr algum
sucesso entre os eleitores, mas são direitos que a democracia lhe assegura, e
que devem ser sempre respeitados.
A ficha corrida de
Dirceu e seus mensaleiros de truz ainda deve crescer um pouco mais. Na semana
que vem, os ministros do STF deliberarão sobre a prática de crime de formação
de quadrilha, tendo o ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio
Lula da Silva como o vértice da “sofisticada organização criminosa”. No fim de
novembro, será definida a pena que caberá a cada um, ou seja, quanto tempo terão
que gramar de cadeia.
Mas os mensaleiros
não se fazem de rogados. Ontem, seu líder máximo veio a público insuflar a
militância petista a “dar o troco nos adversários”, segundo O
Estado de S.Paulo. Parece que o mensalão – que poucos dias atrás Lula
considerava assunto menos importante que o mau futebol que jogam alguns times
no Brasileirão – calou fundo na alma petista.
Lula deve estar
particularmente contrariado não só por ver seu principal articulador político
(cujo vastíssimo poder à época a Folha
de S.Paulo esquadrinha hoje), o ex-presidente e o ex-tesoureiro de seu
partido condenados a, possivelmente, passar anos atrás das grades por terem
corrompido deputados.
O ex-presidente da
República também viu ser trucidada
ontem pela ministra Cármen Lúcia sua espúria tese de que o mensalão não passou
de “mero” crime de caixa dois: “O ilícito não é normal. Ora, caixa dois é
crime, é uma agressão à sociedade brasileira. (...) Me parece grave, porque
parece que ilícito no Brasil pode ser realizado e tudo bem”.
A tática de Lula ao
reagir à condenação dos mensaleiros é velha conhecida: equivale ao batedor de
carteira que, flagrado, grita “pega ladrão”. São os chamados “spins”, na gíria
da comunicação: fazer do limão uma limonada e distorcer de tal maneira a
realidade de forma que ela pareça o contrário do que é. Ao fim e ao cabo, o que
o ex-presidente da República está dizendo é: “Somos sujos, mas quem não é?”.
Lula quer que todos concordemos
com seu torpe modo de ver o mundo, com sua enorme irresponsabilidade perante as
instituições da República, com sua forma abjeta de considerar que todo
brasileiro é um corrupto em potencial, basta que a oportunidade se lhe apresente.
Conosco, não, violão!
A sociedade brasileira
saúda o acerto de contas que a mais alta corte de Justiça do país impôs a quem
liderou um governo baseado num esquema corrupto e se julgou acima do bem e do
mal, inalcançável nos seus malfeitos. A condenação de Dirceu, Genoino, Delúbio e a penca de mensaleiros que gravitaram em torno deles a partir do Palácio
do Planalto é um bálsamo para democracia brasileira.
Não venha o PT,
menos ainda seu líder, dizer à nação que todos somos iguais na imundice. Isso não
é “piada de salão”, como chegaram a crer alguns petistas. Daqui a poucas
semanas, gente que até alguns anos atrás mandava no Brasil estará atrás das
grades, cumprindo pena ao lado de criminosos sanguinários. Há alguma coisa que
se pareça com isso? Com uma ficha corrida assim, que “debate da ética” Lula se
julga capaz de travar, ladeado por seus corruptos comandados?
Só uma mente desequilibrada
como a de Lula pode achar que é possível equiparar o assalto que o PT perpetrou
no país a qualquer outro ilícito que se tenha notícia na história política
brasileira. Nesta, o PT está sozinho, não tem concorrente. O partido de Lula,
Dilma, José Dirceu e seus quadrilheiros tem, para todo o sempre, a exclusividade
de dispor de um adjetivo todo seu: mensaleiro!
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