Neste fim de semana,
a Folha
de S.Paulo revelou que, além dos 38 réus já denunciados pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), há mais petistas que receberam dinheiro
desviado dos cofres públicos. Entre eles, está o atual ministro de
Desenvolvimento, Fernando Pimentel, além do deputado Vicentinho (PT-SP) e da
ex-deputada e ex-ministra de Lula Benedita da Silva (PT-RJ).
Segundo o jornal, o
ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no STF, já autorizou
abertura de inquérito para investigar repasses do esquema mafioso para os três petistas,
que têm foro privilegiado. O novo inquérito será instaurado na Justiça Federal
em Belo Horizonte. A lista de mensaleiros parece interminável.
Vai se confirmando,
aos poucos, a revelação, feita há duas semanas à revista Veja por Marcos Valério, de que o mensalão movimentou muito mais
dinheiro do que se sabe até agora. Seriam pelo menos R$ 350 milhões, ou quase o
triplo do que foi comprovadamente desviado do Banco do Brasil e da Câmara dos
Deputados e por meio de empréstimos fraudulentos no Banco Rural.
Pimentel, Vicentinho
e Benedita não são parte do processo atualmente em julgamento no Supremo porque
os repasses para eles só foram descobertos pela Polícia Federal quando a ação
principal já estava em andamento. Há pouco mais de um mês, informa a Folha, as novas investigações começaram,
após a PGR ter solicitado aprofundamento das apurações. É possível que desse mato ainda saia muito mais coelho.
O julgamento
atualmente em execução no STF resulta de denúncia apresentada em 2007 pela
Procuradoria. No entanto, apenas no ano passado a PF conseguiu concluir o
rastreamento do dinheiro distribuído por Marcos Valério, pelo qual chegou a
gente ligada a Pimentel, Vicentinho e Benedita. Para o ministro, foram repassados
R$ 247 mil. Para Benedita, R$ 100 mil e para Vicentinho, R$ 17 mil.
Não é a primeira vez
que o ministro preferido de Dilma Rousseff se vê enredado em suspeitas de
falcatruas. Pimentel ainda é objeto de investigação conduzida pela desfalcada Comissão
de Ética Púbica da Presidência da República – aquela que só pode trabalhar se não
incomodar o governo – por milionários contratos de consultoria mal explicados,
além de ser alvo de denúncias de recebimento de mimos de empresários em viagem à
Europa.
Nesta semana,
completam-se dois meses do início do julgamento no Supremo, que entra agora em
sua fase mais decisiva. Até agora, houve 19 condenações e quatro absolvições. A
partir de quarta-feira, os peixes graúdos do PT passarão a responder por crime
de corrupção ativa e formação de quadrilha.
Sobre José Dirceu,
José Genoino e Delúbio Soares paira a ameaça de mofar até 12 anos na cadeia,
pena que pode ser acrescida de um terço em razão dos chamados “atos de ofício”,
ou seja, a comprovação de que à corrupção correspondeu uma ação corrupta. Com mais
de oito anos de condenação, a pena é cumprida em regime fechado.
Há farto material
para que a Justiça não apenas condene os próceres petistas que já estão no
banco dos réus, mas também aprofunde a apuração sobre os mensaleiros ainda não
denunciados. E investigue, inclusive, o envolvimento daquele que seria o “chefe”
de todos, segundo Valério: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas isso é
assunto para quando o julgamento atual terminar. Oxalá, com a condenação maciça
de quem lesou o patrimônio público para corromper e se perpetuar no poder.
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