O detalhamento da
mais recente pesquisa de intenção de votos feita pelo Datafolha
sugere que a oposição tem uma pista livre para decolar nos próximos meses até a
eleição de outubro. Tudo indica que o tempo do PT está chegando ao fim. Está se
aproximando a hora da mudança. Ufa!
O resultado geral
mais significativo é a persistente queda das intenções de voto na presidente Dilma
Rousseff. Desde fevereiro, ela perdeu dez pontos e hoje tem 34%. As quedas mais
acentuadas ocorreram no Norte e no Nordeste. Também não aconteceu a decantada
decolagem que João Santana, no alto de toda a prepotência, previu
em outubro do ano passado.
Num eventual segundo
turno, a petista já sente o calor da aproximação de Aécio Neves. Na simulação
feita no início deste mês, a diferença a favor da candidata-presidente é de
apenas oito pontos percentuais: 46% a 38%. Há quatro meses, em fevereiro, na
mesma simulação Dilma tinha simplesmente o dobro das intenções de voto do
tucano: 54% a 27%.
Em estados cruciais
como São Paulo, que reúne 22% do eleitorado brasileiro, a presidente já está
atrás de Aécio nas simulações de segundo turno (46% a 34%) e aparece tecnicamente
empatada com ele na disputa em primeiro turno: 23% a 20%, segundo informa a Folha de S.Paulo em sua edição de hoje.
Ainda em relação a
um cada vez mais certo segundo turno, Aécio vence Dilma nas regiões Sul e
Sudeste enquanto no Centro-Oeste há rigoroso empate. A rejeição à candidata-presidente
vem subindo e hoje já é a maior entre todos os candidatos (35%), enquanto a de
Aécio é declinante e hoje encontra-se em 29%.
O caldo geral a
favor da mudança continua engrossando: 74% dos entrevistados pelo Datafolha pedem
um governo que tome atitudes diferentes do que faz a gestão Dilma. Para 21% dos
entrevistados, Aécio é quem está mais preparado para fazer as transformações
que o Brasil precisa – o percentual equivale ao dobro dos que pensavam assim em
fevereiro. Dilma é apontada agora por 16%.
Todo o bom
desempenho do senador tucano acontece a despeito do bombardeio propagandístico
que o governo federal promove em rádios e televisões de todo o país tentando
apropriar-se de realizações que, na maioria dos casos, nem dele são – como acontece
em Minas e em São Paulo, para ficar apenas em alguns poucos exemplos.
As chances de Aécio
ganham ainda maior relevância quando se sabe que, segundo o Datafolha, ele
ainda é pouco conhecido pela população em geral. Enquanto 55% dos entrevistados
dizem conhecer Dilma muito bem, apenas 19% afirmam o mesmo em relação ao ex-governador
de Minas Gerais. Ou seja, à medida que começa a ser mais bem conhecido, Aécio
sobe.
Do potencial de
maior conhecimento do candidato do PSDB também pode depender a migração dos que
hoje se mostram desalentados com as eleições e indicam disposição para votar
branco, nulo ou abster-se em outubro. Nesta condição encontram-se 30% dos
brasileiros, que ora se declaram sem candidatos.
Os resultados do Datafolha
– que ouviu 4.337 pessoas, mais que o dobro do usual – corroboram outras
pesquisas de outros institutos. Ou seja, não são pontos fora da curva. A eleição,
de fato, caminha para favorecer a escolha de um novo rumo para o Brasil. Não é
por outra razão que o desespero ora campeia nas hostes petistas, a ponto de
Lula deitar críticas, dia sim dia também, ao governo de sua pupila. Agora,
Lula, é tarde.
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