Criado há 46 anos, o
FGTS é uma espécie de poupança compulsória de todos os trabalhadores que têm
carteira assinada no país. Os empregadores depositam o equivalente a 8% do
salário mensalmente em contas individuais. O problema é como estes recursos são
remunerados: taxa referencial (TR) mais 3% ao ano a título de juros.
Nos últimos anos, a
TR tem sido mantida em patamar baixíssimo, segurando, também, os rendimentos das
cadernetas de poupança. Com isso, o que já era ruim ficou pior: os depósitos
feitos no FGTS passaram a perder feio para a inflação.
O economista Armando
Castelar fez as contas. “Nos primeiros 38 meses do governo Dilma, o FGTS rendeu
em média 3,6% ao ano, contra uma inflação média anual de 6,2%. Em média,
portanto, o trabalhador viu sua poupança no FGTS sofrer uma perda de 2,4% ao
ano”, escreveu em artigo publicado no Correio Braziliense.
Com Lula não foi
diferente: a poupança do trabalhador também foi tungada pelo governo “dos
trabalhadores”. Entre 2003 e 2010, calcula Castelar, a inflação média anual foi
de 5,8%, enquanto o rendimento médio do FGTS foi de 5% ao ano, configurando,
assim, um confisco médio real de 0,7% ao ano.
A situação contrasta
com o que acontecia no governo Fernando Henrique. “Nos oitos anos de governo
FHC, a inflação média anual foi de 9,1%, enquanto o FGTS rendeu em média 11,9%
ao ano. O trabalhador teve, portanto, um ganho real médio 2,6% ao ano”, estimou
Castelar.
No fim do ano
passado, o instituto FGTS Fácil estimou quanto o trabalhador brasileiro terá
perdido nos últimos tempos por ter recebido do governo remuneração tão abaixo
da inflação. Na última década, considerando uma inflação média anual de 5,5%, o
rombo chegaria a R$ 150 bilhões, informou o Estado de Minas, em outubro passado.
Há uma disputa em
andamento para que o dinheiro mantido compulsoriamente pelo trabalhador no FGTS
seja mais bem remunerado. No mínimo, ser corrigido pela inflação ou, talvez,
pela mesma taxa de juros que o Tesouro paga a quem adquire seus títulos: enquanto
o FGTS paga 3% de juros ao ano, o mercado cevado por Selic recebe 11% anuais...
Os problemas com a
má gestão do patrimônio do trabalhador não param aí. O FAT também se tornou um dos
potes de ouro alvos da cobiça petista. Suas reservas vêm sendo exauridas ano
após ano e correm o risco de zerar nos próximos cinco anos, segundo publicou O Globo em sua edição de sábado.
O rombo é crescente.
Em 2013, o déficit do FAT foi de R$ 10,3 bilhões. Neste ano, deverá chegar a R$
12,7 bilhões e em 2015 poderá alcançar R$ 19,7 bilhões, conforme proposta orçamentária
a ser votada nesta semana pelo Condefat (Conselho Deliberativo do FAT). “O FAT
não dura mais do que cinco anos. O buraco vai engolir todo o patrimônio do
Fundo”, resume um conselheiro ouvido pelo jornal.
Os maus negócios com
o dinheiro do trabalhador também alcançam o FI-FGTS. Trata-se de um fundo de investimentos
gerido pela Caixa Econômica Federal que aporta parte do FGTS dos trabalhadores para
financiar obras de infraestrutura em empresas escolhidas. Hoje há R$ 40 bilhões
alocados, alguns deles em micos homéricos como a Rede Energia e a Nova Cibe,
que quebraram logo depois de receber aportes.
É assustadora a
balbúrdia que o governo do PT faz disseminar sobre as contas do país. A
responsabilidade fiscal foi árdua conquista da sociedade brasileira e ora vê-se
cotidianamente erodida pelos gestores petistas. É bom segurar a carteira,
porque a sanha do pessoal de Brasília não tem limites. É o dinheiro suado do
trabalhador escorrendo pelo ralo da inépcia petista.
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