Dilma Rousseff vai
de mal a pior. Suas perspectivas eleitorais são muito ruins e a avaliação sobre
seu governo é cada vez mais negativa. A presidente está hoje tão mal quanto estava
no auge das manifestações de junho do ano passado. Em alguns casos, consegue estar
bem pior. A petista parece estar vivendo seu outono.
Ontem o Ibope
divulgou nova pesquisa de intenção de votos e de avaliação do governo. No aspecto
eleitoral, mesmo com toda a superexposição produzida por sua estratégia de campanha,
Dilma no máximo oscila.
Dilma tem hoje os
mesmos 39% de intenção de voto que tinha em 2010 quando faltavam quatro meses
para as eleições que a sufragaram. Sua situação, antes e agora, porém, era
muito distinta: lá estava em ascensão e representava a continuidade de um
governo bem avaliado; cá, está numa claríssima descendente.
A relativa
manutenção das intenções de voto na presidente é fruto do desinteresse da
população pelo processo eleitoral: nesta altura do campeonato, 55% dos
entrevistados têm pouco ou nenhum interesse nas eleições de outubro. Ainda assim,
já somam 43% os que dizem que hoje não votariam de jeito nenhum em Dilma Rousseff
para presidente.
Enquanto o cenário
eleitoral pode resultar de desinteresse momentâneo, a evidente piora na
avaliação do governo e da presidente é uma manifestação real, efetiva, posto
que decorre da visão que as pessoas têm do que está acontecendo no seu dia a
dia.
Um, o voto, é decisão
futura e, portanto, ainda postergada para depois. Outra, a avaliação de governo,
é percepção presente, fruto da vivência cotidiana. E, naquilo que pensa de seu
dia a dia, o brasileiro está claramente insatisfeito, contrariado, infeliz com as
condições de vida que estão lhe oferecendo.
Para começar, pela
primeira vez na série do Ibope, tornou-se majoritário o contingente de pessoas
que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo.
A avaliação negativa da gestão
atual é feita por 33% dos entrevistados pelo Ibope, enquanto os que a consideram
ótima ou boa somam apenas 31%. Nem no auge dos protestos do ano passado isso chegou
a acontecer (na ocasião, houve rigoroso empate em 31%).
Da mesma maneira, são
maioria os brasileiros que desaprovam a maneira de a candidata-presidente
governar: são 50%, contra 44% que ainda a aprovam. Neste quesito, isso se dá
pela segunda vez na atual gestão: em julho do ano passado, Dilma também era
mais rejeitada que aprovada (49% a 45%), situação que agora volta a acontecer.
A mesma coisa
se passa com o grau de confiança nela. Segundo o Ibope, 52% simplesmente
não confiam na presidente que os governa, enquanto 41% mantêm a confiança. É a
maior marca negativa neste quesito registrada por Dilma – em julho de 2013, a
desconfiança também superava a confiança, mas em menor margem (50% a 45%).
Em rigorosamente
todas as nove áreas pesquisadas pelo Ibope, as políticas adotadas pela
presidente Dilma são majoritariamente desaprovadas pelos brasileiros: educação,
saúde, segurança pública, combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego,
meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.
A pesquisa do Ibope foi
realizada após a abertura da Copa, sugerindo, quem sabe, que a população em
geral não compartilhou o repúdio aos péssimos modos da torcida no Itaquerão,
como o PT se encarregou de tentar fazer todos crerem – embora sequer os mais
destacados porta-vozes petistas, como Gilberto Carvalho, demonstrem acreditar em
suas versões...
O mais certo é que
os brasileiros de fato compartilham a avaliação que o secretário-geral da
Presidência da República externou
entre militantes e ativistas amigos do PT: “(A percepção de que) Inventamos a
corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de
aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou.” A pesquisa
do Ibope mostra que ele está coberto de razão.
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