Dilma havia dito há
algum tempo que “faria o diabo nas eleições”. Mas, vê-se agora, é muito mais
que isso: a candidata-presidente está disposta mesmo é a vender a alma ao
diabo. Os lances mais recentes da montagem do palanque reeleitoral são pródigos
neste sentido. No balcão de negócios, o céu é o limite.
A presidente da
República trocou
ontem mais um de seus ministros para assegurar o apoio de mais um partido à sua
elástica coligação eleitoral. Dilma dissera que estava muito satisfeita com
César Borges no Ministério dos Transportes – e, convenhamos, pelo histórico de
inoperância da pasta na era petista ele até vinha bem – e jamais o tiraria do
cargo.
A palavra dada pela
presidente, contudo, não foi honrada. O partido do ministro, o PR, cobrou a substituição
de Borges e Dilma prontamente atendeu. Entregou sua cabeça e trouxe de volta
para o cargo o mesmo ministro afastado há menos de 15 meses. Se isso não é ser
coerente, o que mais pode ser? A Borges, restou a Secretaria dos Portos como
prêmio de consolação.
Em 2011, o mesmo
partido e o mesmo Ministério dos Transportes estiveram no centro da “faxina” –
aquela em que a sujeira é varrida para baixo do tapete – promovida pela
presidente. Se havia alguma dúvida do artificialismo do figurino ético de Dilma,
não remanesce nenhuma mais. Na alça da mira agora estão a diretoria-geral do
Dnit e o comando da Valec, também num movimento de desfazer a limpeza que, embora
timidamente, fora feita.
A coerência administrativa
da presidente ao nomear sua equipe é de dar gosto. Basta lembrar, também, o que
aconteceu no Ministério da Pesca três meses atrás. Lá o ministro que não sabia o que era uma minhoca deu lugar a seu suplente no Senado, um teólogo e jornalista que, possivelmente,
não faz ideia do que seja pescar com caniço e samburá.
Em todos estes
episódios, salta aos olhos a falta de autoridade da presidente e sua total
ausência de controle e critérios para compor uma equipe. Já não bastassem os
maus resultados que ela tem a exibir em termos de obras e realizações, cabe a
pergunta: Que espécie de gerentona eficiente é esta?
No seu vale-tudo
pelo poder, o PT faz uso de suas armas mais típicas, como a também odienta caça aos que
ousam não compactuar com os planos eleitorais do partido. O Globo noticia hoje que o Planalto foi em busca dos nomes de cada um dos
prefeitos do PMDB fluminense que hipotecaram apoio a Aécio Neves. Para que
será?
Pego no flagra, o
ministro de Relações Institucionais disse que pretendia apenas convidá-los para
um convescote no Planalto. “Prefeito, quando você chama para almoçar, para
conversar sobre algum assunto, ele vem. Isso é do jogo”, disse Ricardo
Berzoini, de notáveis atuações no submundo da guerrilha petista em eleições
passadas. Não parece um fidalgo?
A uma presidente sem
autoridade e com um currículo de parcas realizações para mostrar ao eleitorado
como justificativa para merecer um novo mandato, junta-se um partido disposto a
tocar o terror para vencer as eleições e perpetuar-se no poder. Nem com todos
os arranjos e malandragens do mundo isso vai dar certo. O vale-tudo tem limite.
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