Nos últimos dias, voltaram
a pulular histórias em que Lula aparece mergulhado até o último fio do bigode em
histórias para lá de cabeludas. Entre elas, a morte do então prefeito de Santo
André, Celso Daniel, assassinado em 2002 pouco antes de assumir a coordenação
da campanha vitoriosa do PT à presidência da República.
Em sua edição desta
semana, a revista Veja
traz novas revelações feitas pelo publicitário Marcos Valério em depoimento
dado em setembro ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Apareceram novas
evidências de que o mensalão foi ainda mais longe do que já se sabe até agora,
envolveu grosso dinheiro movimentado no exterior e pode ter até um cadáver no
seu histórico.
Depois de, na quinta-feira,
O
Estado de S.Paulo também ter mostrado que o operador do mensalão implicou
de vez Lula e Antonio Palocci na trama, a revista levantou a suspeita de que
pessoas ligadas à morte de Daniel cobraram extorsão para não abrir o bico e
envolver o ex-presidente no assassinato, bem como a Gilberto Carvalho, hoje
secretário-geral da Presidência.
Valério já está
condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos, um mês e seis dias de prisão
pelos crimes de corrupção, peculato e formação de quadrilha. Tem pouco,
portanto, a perder e estaria disposto a contar tudo o que sabe, segundo as
histórias que voltaram a circular com força desde o último domingo de outubro.
O publicitário “tem
revelações importantes a fazer sobre o mensalão, inclusive sobre o verdadeiro
papel do então presidente Lula no esquema. Valério diz ter como provar que Lula
sabia de tudo”, resume a Veja.
Outro aspecto
importante a esclarecer é o trânsito do dinheiro sujo, desviado dos cofres públicos,
que abasteceu o gigantesco esquema de corrupção montado pelo PT. A suspeita é
de que os cerca de R$ 350 milhões que o mensalão teria movimentado foram transferidos
para o exterior e de lá irrigaram não só esta como outras maracutaias petistas,
como a compra de dossiês nas eleições de 2006, no escândalo que ficou conhecido
como “aloprados”.
O PT sentiu o clima
adverso dos últimos dias e recolheu suas armas, que estavam preparadas para ser
disparadas tão logo fossem fechadas as urnas do segundo turno das eleições
municipais.
O partido dos
mensaleiros já abortou a divulgação de um manifesto em defesa dos condenados pelo
STF e, além disso, fez apaziguarem os ânimos belicosos de José Dirceu e José
Genoino – com a participação direta de Lula, segundo publicado pela imprensa
nos últimos dias. Quem deve, teme.
Tudo para não atiçar
ainda mais os ministros do Supremo no momento em que eles irão definir o
tamanho das penas que serão aplicadas aos 25 réus condenados pelo mensalão, que
serão conhecidas até meados deste mês. Ainda por um longo tempo, será posteriormente
discutido o texto do acórdão com a sentença, bem como as previsíveis contestações
dos condenados. Só então, os mensaleiros passarão a cumprir suas penas.
O país viveu momentos
de júbilo com o julgamento que se desenrola no Supremo Tribunal Federal desde o início de
agosto. Os ministros protagonizaram verdadeiras lições de cidadania e respeito
aos princípios democráticos e republicanos. Mas isso não significa que a apuração
já tenha chegado a bom termo.
Enquanto existirem
suspeitas – e, principalmente, enquanto tais suspeitas envolverem gente que
continua por aí posando de líder magnânimo e de exemplo para o povo – as investigações
precisam prosseguir. Até para que o Brasil se livre da ameaça de ver um esquema
nefasto como o do mensalão repetir-se.
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