Desde 2008, o
crescimento acumulado pelo país é de 11%, o que dá uma média anual de 2,7%. Neste
ritmo, nossa renda per capita – que teve crescimento zero em 2012 – levará
quase 40 anos para dobrar. Tomando-se apenas o biênio perdido da gestão Dilma
Rousseff, a média cai a 1,8%, a pior para um início de mandato desde o quase
imbatível Fernando Collor de Mello.
Mas não são apenas
os dados agregados que amedrontam; os componentes do PIB explicitam uma
situação ainda mais preocupante. Somos hoje uma economia dependente do consumo,
ancorada na prestação de serviços de baixa complexidade, exportadora de matérias-primas,
com uma indústria em petição de miséria e investimentos paralisados graças
ao intervencionismo do governo.
No domingo, O Estado de S.Paulo mostrou, com base em estudo do Iedi, que, desde 2008,
o setor de serviços foi único a sobreviver à tormenta econômica brasileira. Em contrapartida,
neste período a indústria da transformação caiu quase 6% – passando a responder
por apenas um naquinho do PIB, na pior situação em décadas – e a agropecuária
ficou praticamente estagnada.
Quem mais tem
sofrido, porém, são os investimentos: em 2012 caíram 4%. Se eles não acontecem,
os motores do crescimento não se reativam. O estudo do Iedi mostra que a alta
acumulada deste quesito desde 2008 é de apenas 6%, enquanto o consumo escalou quase
29%.
O mercado brasileiro
acaba tendo que ser suprido por produtos estrangeiros: nestes quatro anos, as importações
subiram quase 35% e as exportações, só 6%, ainda de acordo com o Iedi. Mais: apenas
o déficit da balança de serviços mais que dobrou e chegou a US$ 41 bilhões no
ano passado, informa O Globo hoje.
Que não restem
dúvidas: a gestão petista está provando de seu próprio veneno. A postura intervencionista,
aguçada na gestão Dilma, instaurou a desconfiança entre os empresários e os
novos negócios estão à míngua, com baixas chances de reversão até o fim deste
ano. Quem é responsável por este desgoverno?
Desde que foi
apresentada à nação como “mãe do PAC”, Dilma Rousseff vem sendo cantada em
prosa e verso como gestora das mais eficientes. Olhemos para o Brasil destes
últimos dois anos e reflitamos: o que a presidente fez de bom ao país até
agora? Em que ela comprovou sua proverbial sapiência de gestora?
Dilma gastou metade
de seu mandato refazendo o que fizera, desdizendo o que dissera, decidindo para
depois voltar atrás. Tomou atitudes intempestivas e temerárias, como a revisão
atabalhoada dos contratos de energia elétrica, ao mesmo tempo em que afundou de
vez nossa maior empresa, a Petrobras.
Sob seu governo, os
investimentos só contribuíram com 2% do crescimento do PIB, de acordo com
cálculos da MB Associados publicados hoje pelo Valor Econômico. Este dado não deixa margens para dúvidas: a “mãe do PAC”, a
gestora implacável, é uma madrasta megera de um filho cada vez mais renegado.
A única esperança
concreta de melhoria que se avista são as concessões em setores de
infraestrutura. Ou seja, a chance de recuperação da economia repousa naquilo
que o PT sempre repudiou, mas, finalmente, resolveu abraçar depois de anos de
relutância e sectarismo. Conclusão: aquilo que pode dar certo, os petistas não
sabem e não gostam de fazer.
A gestão Dilma desperdiçou
estes dois últimos anos tentando convencer os brasileiros de que tudo ia bem. Baseou
seu comportamento em previsões tão favoráveis quanto irrealistas. Perdeu tempo
precioso. Enquanto outras nações aproveitaram para sacodir a poeira da crise e
voltar a crescer, agiu como agiota do otimismo. Deu no que deu.
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