Enquanto esteve na
oposição, o PT se notabilizou por um incisivo discurso de defesa das estatais. Seus
adversários eram apresentados como “entreguistas”, “privatistas” e mais um
monte de maldades, enquanto os petistas eram sempre os “guardiões do interesse
nacional”. Basta observar o que está acontecendo hoje para ver quem, de fato, causa
mal, muito mal às companhias controladas pelo Estado, patrimônio do povo
brasileiro.
A Petrobras é a mais
vistosa das vítimas da razia que a gestão Lula começou e o governo Dilma Rousseff
cuida de aprofundar com gosto. Mas, infelizmente, não está sozinha neste
cenário de terra arrasada. Afunda também a Eletrobrás, padece o Banco do Brasil
e vão-se até as companhias públicas estaduais, abaladas pela intervenção
federal a golpes de machado no setor elétrico.
A devastação causada
pela péssima política econômica dilmista não implode apenas nossas estatais. Empresas
privadas brasileiras figuram hoje na ponta de rankings de perda de valor de
mercado em todo o mundo, por razões que são muito mais internas do que externas:
intervencionismo excessivo do governo, economia estagnada, baixa competitividade,
alto custo de produção e péssima infraestrutura, para ficar nos motivos mais
evidentes.
Comecemos pela principal
vítima, até porque se tornou difícil competir com a Petrobras no mercado de más
notícias. Ontem, a empresa foi a mercado para captar mais recursos para fazer
frente a seu bilionário plano de investimentos – US$ 221 bilhões destinados, entre
outros, ao objetivo de alcançar a autossuficiência que teria sido conquistada oito
anos atrás, segundo a farsa montada pelo PT.
A repercussão foi
péssima: a empresa não financeira mais endividada do mundo – hoje são R$ 268
bilhões no total, com alta de quase 50% na dívida líquida em um ano, que chegou
a R$ 222 bilhões – quer assumir mais dívida. A perspectiva de crédito da Petrobras
piorou e, com ela, mais um pouco do valor de suas ações – a perda de valor de
mercado da estatal chega a 60%, ou US$ 137 bilhões, desde 2010.
Com os US$ 8,5
bilhões de crédito novo pretendidos, o grau de endividamento da companhia
chegaria a 4,2 vezes sua geração de caixa, sendo que o normalmente considerado
aceitável são 2,5 vezes (hoje já está em 3,5). Só neste ano, a empresa já
captou US$ 20,5 bilhões, pagando custos cada vez mais altos, “refletindo a
piora na percepção de risco de países emergentes e da estatal em particular”,
segundo o Valor Econômico.
As agruras da Petrobras
não param aí. A Folha de S.Paulo informa hoje que a empresa recebeu cinco autos de infração
da Receita desde outubro passado, por não recolhimento de tributos e de contribuições
previdenciárias. Somam R$ 8,7 bilhões, o que equivale a 37% de seu lucro em
2013. Parece que este buraco é ultraprofundo, e nele ainda cabem as denúncias de
suborno à espera de investigação séria...
Se antes planejava
em ser “a Petrobras do setor elétrico”, hoje a Eletrobrás deve sonhar com o dia
em que pode ter destino diferente. A estatal de energia também sofre nas mãos
do governo Dilma. Do quarto trimestre de 2010 até o último balanço publicado,
no terceiro trimestre de 2013, viu seu valor de mercado cair 63%, de R$ 26,2
bilhões para R$ 9,6 bilhões, segundo cálculos da consultoria Economatica
publicados ontem por O Globo.
A Eletrobrás padece,
principalmente, por causa da mudança do marco legal do setor, determinada em
setembro de 2012 pela presidente Dilma à guisa de oferecer tarifas mais baixas
para a população – promessa que só se sustenta até hoje na base de injeção
desmesura de recursos públicos, ou seja, dos contribuintes, nas empresas do
setor. Mas pena também por ter de sustentar subsidiárias falidas e inviáveis.
A estatal, porém,
não está sozinha. Concessionárias estaduais como a Cemig, a Cesp e a Copel
também afundaram no rastro da intervenção imposta ao setor elétrico brasileiro.
As perdas das empresas de energia como um todo superam R$ 60 bilhões, entre
deterioração de valor de mercado e prejuízo causados pela falta de chuvas e
pela revisão de contratos, conforme estimou O Estado de S. Paulo no domingo.
O cenário, percebe-se, é de terra arrasada. Reflete profunda desconfiança dos empreendedores e dos investidores em relação às perspectivas futuras do Brasil. As estatais foram as primeiras vítimas da má gestão da nossa economia na era petista, bastante agravada nos últimos anos. Mas o estrago é tão profundo que arrasta todo o resto do setor produtivo. É uma obra e tanto para ter sido erguida em tão pouco tempo. Dilma Rousseff deve estar orgulhosíssima.
O cenário, percebe-se, é de terra arrasada. Reflete profunda desconfiança dos empreendedores e dos investidores em relação às perspectivas futuras do Brasil. As estatais foram as primeiras vítimas da má gestão da nossa economia na era petista, bastante agravada nos últimos anos. Mas o estrago é tão profundo que arrasta todo o resto do setor produtivo. É uma obra e tanto para ter sido erguida em tão pouco tempo. Dilma Rousseff deve estar orgulhosíssima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário