A profusão de
falcatruas nas quais militantes petistas estão metidos é assustadora. Além do escândalo-mãe,
o mensalão, gente ligada ao PT está sendo investigada, entre outros crimes, por
corrupção, falsificação de documentos e desvio de recursos públicos para
financiamento de campanhas. Vejamos alguns casos.
No último dia 14, o
Ministério Público Federal de Mato Grosso denunciou nove pessoas que se
envolveram no episódio que ficou conhecido como escândalo dos “aloprados”. Elas
amealharam R$ 1,7 milhão nas eleições de 2006 para tentar prejudicar campanhas
tucanas por meio de dossiês fajutos.
Seis dos acusados eram
diretamente ligados à campanha à reeleição de Lula e ao hoje ministro Aloizio Mercadante,
então candidato ao governo de São Paulo. Contra eles, pesam denúncias de crimes
de formação de quadrilha, contra o sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e
declaração de informação falsa em contratos de câmbio.
A lista de delitos cometidos
pelos aloprados assemelha-se à que pesa sobre os 36 réus enredados no mensalão:
formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de
dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta. O maior escândalo de desvio
de dinheiro público da história do país começa a ser julgado em 1° de agosto
pelo Supremo.
O rol de petistas envolvidos
em crimes ganhou mais alguns personagens recentemente. Ontem, a direção do
Banco do Nordeste do Brasil (BNB) foi toda afastada em meio a investigações
sobre um rombo de R$ 100 milhões que, segundo a Polícia Federal, podem ter sido
usados em campanhas do PT no Ceará.
O esquema cearense lembra
muito o do mensalão. Entre 2009 e 2011, empréstimos concedidos a empresas
teriam sido usados para irrigar o caixa dois de campanhas eleitorais petistas no
estado. Não por coincidência, gente ligada aos mensaleiros também tem suas
digitais no escândalo do BNB...
Os maus exemplos
contaminam também administrações municipais petistas. O caso mais célebre continua
sendo o do trágico assassinato do prefeito Celso Daniel em Santo André, sob
grossa suspeita de que uma máfia comandada a partir da cúpula do PT desviava
dinheiro de contratos de prestação de serviço na cidade para os cofres do
partido.
Mas não é apenas no
ABC paulista que prefeituras petistas estão sob investigação. Em Campinas, o
prefeito foi defenestrado no ano passado por corrupção. Agora, os olhos se
voltam para Maricá, cidade no estado do Rio abençoada por reservas – e polpudos
royalties – de petróleo e amaldiçoada por ser administrada pelo PT.
Mas a atração do partido
de Lula, Dilma e José Dirceu por quem tem contas a acertar com a Justiça
transcende a jurisdição brasileira. Nas eleições de outubro, o partido andará
de mãos dadas com o deputado Paulo Maluf, impedido de deixar o país por constar
da lista de procurados internacionalmente pela Interpol.
Companhias que, para
partidos e políticos éticos, deveriam causar incômodo já se tornaram comuns ao
universo petista. Em sua insalubre estratégia de ampliação e manutenção de poder,
o partido se juntou a Fernando Collor, José Sarney, Renan Calheiros e mais uma
penca de políticos com extensa ficha corrida.
O partido que há
quase dez anos governa o Brasil pratica um abjeto vale-tudo para perpetuar-se no
poder. Produz, com isso, péssimos exemplos, que vão se disseminando pelo país
afora. Quando tudo isso for passado, uma constatação terá lugar: a pior herança
que o PT terá legado ao país será a sua leniência com a corrupção.
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