Deu o esperado: o
PIB brasileiro cresceu 2,3% no ano passado, coroando um triênio de suprema
mediocridade na economia brasileira. Começamos 2013 com a presidente Dilma Rousseff
prometendo um “pibão grandão”, mas chegamos ao fim do ano com mais um pibinho
da lavra petista.
“Tenho certeza que
teremos um 2013 de crescimento e avanço sustentável no nosso país. Vamos ter um
2013 muito próspero, no qual vamos colher todos os frutos dessa trajetória de
2012”, discursou a presidente em dezembro de 2012. “Quero um pibão grandão”, completou
ela depois, em entrevista à imprensa. Nada disso virou realidade. Que surpresa!
Pelos resultados divulgados
há pouco pelo IBGE,
em linhas gerais fomos salvos do pior novamente pela agropecuária; a indústria
foi sofrível, prejudicada em especial por atividades como a petrolífera; o
consumo, embora ainda crescendo, teve a menor expansão em dez anos; e os
investimentos aumentaram, mas mantiveram-se estacionados como proporção do PIB.
Entre outubro e
dezembro de 2013, o PIB brasileiro cresceu 0,7%. O resultado positivo do quarto
trimestre pelo menos livrou a economia do país de amargar a situação de “recessão
técnica”, já que o trimestre anterior havia registrado queda de 0,5% – e o
indicador antecedente do Banco Central também aferira retração no último
trimestre do ano passado.
Com a cara de pau
que lhe é peculiar, o governo pode querer comemorar e dizer que o ritmo de
expansão do PIB brasileiro mais que dobrou de um ano para outro, já que
passamos do pibinho de 1% em 2012 para o pibinho da hora de 2,3%. Mas,
convenhamos: sair de nada para quase nada não é algo que se preste a celebração.
Em média, o PIB per capita
brasileiro cresceu apenas 1,07% nos três primeiros anos do governo Dilma. Para ter
ideia do que isso significa, basta dizer que, no ritmo atual, levaríamos 65
anos para dobrá-lo, ou seja, só alcançaríamos lá por volta de 2080 o que os
chineses atualmente conseguem fazer em dez anos.
No ano, a indústria
manteve-se como a atividade de pior desempenho entre os setores da economia. Cresceu
apenas 1,3%, sendo a extrativa mineral, que contempla a atividade petrolífera,
o destaque negativo, com queda de 2,8%. A indústria da transformação manteve seu
peso na economia do país no patamar mais baixo desde os anos JK: 13% do PIB.
De novo a
agropecuária salvou literalmente a lavoura. Cresceu 7% no ano, respondendo por
metade da expansão do PIB brasileiro no ano passado. Trata-se, é bom nunca
esquecer, de atividade que cresce apesar do governo e jamais por causa do
governo, que mais atrapalha o campo do que ajuda. Serviços cresceram 2% no ano.
O consumo das
famílias expandiu-se pelo décimo ano consecutivo, mas apresentou a menor taxa de
crescimento em dez anos: 2,3%, num ritmo equivalente a apenas um terço do que foi
em 2010 e também bem abaixo dos 3,2% de 2012.
Felizmente, os
investimentos – chamados no jargão dos economistas de “formação bruta de
capital fixo” – cresceram 6,3% no ano. No entanto, a taxa de investimento voltou
a decepcionar, ficando em 18,4% do PIB, levemente acima dos 18,2% registrados
em 2012. Pior ainda foi o desempenho da taxa de poupança, que caiu de 14,6%
para 13,9% e encontra-se agora no patamar mais baixo desde 2001.
Com os números
divulgados hoje, o Brasil consolida-se na inglória posição de um dos países que
menos cresce no continente. Segundo estimativa da Cepal,
em toda a América do Sul só teremos avançado mais que a Venezuela no ano
passado, depois de termos segurado a lanterna em 2011 e a vice-lanterna em
2012, superando apenas o Paraguai. Pior é que os prognósticos são de que, neste
ano, só os bolivarianos chavistas continuarão a nos fazer companhia na rabeira
do ranking...
Entre 2011 e 2013, o
Brasil cresceu em média 2%, o que faz com que Dilma Rousseff figure no panteão
dos presidentes que menos fizeram o país avançar em toda a República,
ao lado de Fernando Collor de Mello e Floriano Peixoto. A continuar a situação
como está, não há risco de a petista deixar esta desonrosa posição. Ela passará
para a história como responsável por uma obra medíocre, sem nenhum “pibão grandão”.
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