Dilma seguiu as
ordens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recusa a desencarnar
do cargo que ocupou por oito anos. Instruída pelo marketing, a petista ressuscitou
velhos estratagemas petistas, como a divisão da sociedade entre “nós”, os
bonzinhos, e “eles”, os malvadões. Esta história já deu.
Em Pernambuco, Dilma
fez as mesmas acusações levianas de sempre, dizendo que aos críticos da Petrobras
interessa ver a empresa privatizada, embora seu governo tenha tido que socorrer-se
de idênticas soluções em diversas áreas da infraestrutura para evitar naufragar
de vez – e a oposição jamais tenha cogitado vender qualquer naco da petrolífera.
Este papo já cansou.
Os dados da
realidade são sempre contrários ao que afirmam os petistas: Paulo Roberto Costa
preso, na primeira vez na história em que um ex-diretor da Petrobras vai para a
cadeia; Nestor Cerveró demitido por um erro que cometeu oito anos atrás, também
quando ocupava uma diretoria na empresa; André Vargas fora da Câmara dos
Deputados por envolvimento com o mesmo doleiro que está no vértice da
roubalheira na estatal... São fatos.
Serão estes a quem Dilma
acusa de “ferir a imagem da empresa”?
Batidas policiais na
sede da Petrobras, documentos e mais documentos apreendidos comprovando que a
estatal foi usada para desviar dinheiro público, 28 pessoas indiciadas pela
Polícia Federal sob suspeita de participar de crimes como evasão de divisas,
desvio de recursos públicos, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva,
formação de quadrilha e financiamento ao tráfico de drogas, num esquema que
pode ter surrupiado R$ 10 bilhões da Petrobras. São fatos.
Será isso o que Dilma
chama de “todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência,
corrupção ou ilícito”?
Foram todos cometidos
por gente que o PT botou dentro da Petrobras. Boa parte deles foram perpetrados
durante o período em que a hoje presidente da República comandava o conselho de
administração da estatal. Será que é a ela própria que Dilma acusa?
O que dizer dos
pareceres falhos e incompletos que embasaram negócios bilionários e equivocados
da Petrobras, conforme a própria Dilma admitiu no mês passado? Das transações
descabidas que levaram a companhia a desembolsar quase 30 vezes mais por ativos
obsoletos? Foram fabricados pela linha de produção da oposição ou são da lavra
própria dos cupins que o PT instalou dentro da estatal?
Melhor seria
reconhecer que foram iniciativas promovidas pela própria diretoria da Petrobras
durante a gestão petista e que a representação do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas da União classificou como “danos aos cofres públicos, ato
antieconômico e gestão temerária” e, portanto, passíveis de punições que podem
alcançar até mesmo Dilma.
Seguindo sua prática
de torturar os números até que eles confessem, a presidente disse em cima do palanque
que hoje a Petrobras vale muito mais do que valia quando o PT chegou ao
governo. Mas omitiu que a estatal chegou a valer mais que o dobro do que vale agora
e que, da décima maior empresa do mundo, tornou-se atualmente a 121ª. Se isso
não for uma debacle, o que mais é?
Dilma também não
mencionou que a dívida da empresa multiplicou-se por quase quatro vezes durante
sua gestão, ou seja, em apenas três anos, transformando a nossa Petrobras na
companhia não financeira mais endividada em todo o mundo.
No discurso, Dilma louvou
os altos investimentos da Petrobras nos últimos anos, mas não contou para a
distinta plateia que eles não têm se revertido em mais produção. Nos últimos
dois anos, a empresa extraiu menos petróleo que nos anteriores – queda consecutiva
inédita nos seus 60 anos de história. Se tivesse cumprido suas metas, o nível atual
de produção deveria ter sido atingido em 2006, oito anos atrás – aliás, desde
2003 elas não são atingidas.
Não há, como afirmou
ontem a presidente da República, “ações individuais e pontuais” destruindo a Petrobras.
Há, isto sim, uma estratégia equivocada, definida a partir do Palácio do
Planalto desde a época de Lula que está conduzindo os negócios da maior estatal
brasileira para o buraco e transformando a companhia num butim carcomido por cupins
que agem sob beneplácito do PT.
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