Alexandre Padilha é
mais um dos postes que Luiz Inácio Lula da Silva pretende ver eleito em outubro
para ampliar a ocupação de espaços políticos pelo PT. Mas o ex-ministro da Saúde
do governo Dilma talvez nem consiga chegar às eleições. Ele foi flagrado com a
suspeita de ser parte da quadrilha de petistas que assalta o patrimônio
público. Deveria pedir o boné.
Segundo rastreamentos
feitos pela Polícia Federal, o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo
teria indicado uma pessoa da sua confiança para dirigir um laboratório-fantasma
de propriedade de um contraventor e que estava prestes a abocanhar um
milionário contrato justamente com, adivinhe..., o ministério comandado pelo próprio
Padilha.
O laboratório
chama-se Labogen. Nas páginas de saúde, sua atuação inexiste; nas páginas
policiais, é uma estrela em ascensão. Preso pela PF, o doleiro Alberto Youssef é
dono do Labogen e amigão – acredita-se que também sócio no negócio – do
deputado André Vargas, até outro dia vice-presidente da Câmara e petista de
quatro costados.
Em novembro do ano
passado, Alexandre Padilha, o poste que Lula escolheu para brigar pelo governo
de São Paulo pelo PT, teria indicado um ex-assessor – que também foi
funcionário da campanha de Dilma em 2010 – para dirigir a Labogen. Os interesses
petistas ocupam um lado e outro do balcão. E a conta fica para os cidadãos.
Até então, o laboratório
farmacêutico não passava de uma empresa minúscula, com folha de salários que
nem chegava a R$ 30 mil. Tudo indica que fosse mera empresa de fachada, destinada
a dar algum ar de legalidade às contravenções do doleiro e seus comparsas –
entre eles, um ex-diretor da Petrobras ora também preso.
Mas, empurrada pelos
petistas, a Labogen estava prestes a dar o pulo do gato. No início deste ano, estava
em processo de assinar contrato de fornecimento de medicamento para hipertensão
ao Ministério da Saúde, à época ainda comandado por Padilha. O negócio começaria
em R$ 30 milhões e poderia chegar a R$ 150 milhões. Nada mau para um laboratório
que nunca produzira sequer uma dipirona estragada.
O milionário contrato
entre Labogen – o laboratório de um contraventor em associação com um deputado petista
de alta patente – e o Ministério da Saúde – então comandado por um petista que
indicara o diretor do laboratório – só não foi adiante porque a Polícia Federal
capturou o voo ilícito em plena decolagem.
Deflagrada em março,
a Operação Lava Jato desnudou uma operação que pode ter resultado no desvio de
R$ 10 bilhões em recursos públicos, em especial da Petrobras, mas aparentemente
com ramificações várias, como na Saúde. De quebra, a PF também descobriu os
negócios suspeitos de Vargas e um monte de petistas com o doleiro Youssef.
Soube-se ontem
que Padilha também estava nesta. Com a ajuda do ministro, os donos da Labogen
buscavam um executivo para o laboratório que, de acordo com o relatório da PF, “não
levantasse suspeitas das autoridades fiscalizadoras”. Como se vê, tudo coisa de
profissional. No melhor padrão petista, o ex-ministro nega tudo, mas ficará difícil
explicar como seu nome aparece com tanta desenvoltura na trama.
Alexandre Padilha já
havia demonstrado não estar à altura do cargo que ora pleiteia. Ainda nesta
semana, sua campanha ao governo paulista levou à TV propaganda em que ele fala um
monte de bobagens para sustentar que “esta é mais uma prova de que não falta
água na Grande São Paulo”. Justamente no meio da maior seca dos últimos 84 anos
na metrópole, de represas em nível recorde de baixa e no momento em que a
população paulista se dedica a uma campanha para tentar evitar um racionamento.
A Labogen surge como
mais um dos casos de ocupação desmedida do Estado pelo corrompido poder
petista. Há ramificações em todas as direções e, aparentemente, a partir dos
escalões mais altos do governo, como ilustra Alexandre Padilha. Até onde elas
chegam, ainda não é possível precisar, mas é certo que pretendiam ir cada vez
mais longe. Uma coisa é certa: passou da hora de mandar esta gente para casa e
esta quadrilha para a cadeia.
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