Três aspectos deram
a tônica do evento: a defesa e o reconhecimento das realizações tucanas, notadamente
as alcançadas na gestão do presidente Fernando Henrique; as críticas contundentes
aos descaminhos pelos quais o país vai seguindo sob a gestão do PT; e o descortinamento
de alternativas para o futuro.
Muito do que o Brasil
tem de bom hoje vem das transformações empreendidas no governo tucano
(1995-2002): o fim da inflação e a estabilidade da moeda, conquistadas a partir
do Plano Real; a ascensão de milhões de brasileiros ao mercado de consumo; o
respeito no trato dos recursos públicos, a partir dos ditames da Lei de
Responsabilidade Fiscal; o reconhecimento do país pelas demais nações. Em suma,
tudo aquilo que representa a base do Brasil contemporâneo.
Trata-se de um
programa estruturado de ações reformistas e modernizantes que ousaram enfrentar
resistências no Congresso e até na sociedade com base na firme convicção de o
momento exigia dos governantes coragem para mudar. A mesma coragem que não se
vê na gestão atual, ocupada em construir maiorias parlamentares apenas para dar
suporte a um projeto de poder.
Temos hoje um
governo marcado por crescimento pífio, inflação escapando do controle, desrespeito
aos princípios da ética e desmazelo com os recursos públicos, cuja melhor
tradução são as centenas de obras paradas e/ou inacabadas – que não representam
só desperdício de dinheiro, mas também do trabalho e do esforço de milhares de brasileiros.
A realidade é que, com
improvisos, à base de truques contábeis, de remendo em remendo, o país vê-se hoje
aprisionado em uma armadilha de baixo crescimento, inflação alta, exportações em
declínio, desajuste das contas públicas, reduzidos investimentos, baixa
produtividade, desindustrialização e um apagão logístico que sumariza nossa
perda de competitividade.
Mas a convenção de
sábado não se notabilizou apenas por críticas a um presente de poucas e falsas
realizações e pela exaltação a um passado importante, mas cada vez mais erodido
pelos descalabros posteriores. O evento também serviu para vislumbrar caminhos que
o partido deve trilhar doravante, na construção de uma plataforma política clara
e eleitoralmente competitiva.
Educação, saúde,
segurança, gestão, infraestrutura, sustentabilidade, política externa, tudo
isso está retratado em documento que o novo presidente do partido endereçou à militância
tucana, deixando claro a que veio: fazer diferente do que está aí, para que o
país possa melhorar. (A íntegra do documento deve ser lida aqui.)
Na educação, elevar
os investimentos, desenvolver currículos adequados às realidades regionais, apoiar
os professores e premiar o mérito. Na saúde, aplicar o piso mínimo de 10% da receita
federal, conforme prevê a emenda constitucional n° 29, e melhorar a gestão
compartilhada do sistema, com atenção especial a crianças e idosos.
Na segurança, buscar
soluções inovadoras que a gravidade da situação requer, de forma a superar o atual
estado de improvisos e omissões que caracterizam a participação – melhor seria
dizer a falta dela – da União no enfrentamento ao crime e a seus efeitos
perversos, como a disseminação das drogas, em especial do crack.
Na política externa,
mais comércio e menos protecionismo. Na gestão, mais mérito e menos compadrio. Na
infraestrutura, mais eficiência na aplicação dos recursos pagos pelos
contribuintes e menos desperdício e marketing. E os preceitos da
sustentabilidade perpassando todas as ações de governo, da compra de insumos à
construção.
Em suma, na convenção
de sábado o PSDB apresentou-se como é: a principal força de oposição do país, o
estuário da esperança e das expectativas de milhões de brasileiros que não
compactuam com o atual estado das coisas. Neste reencontro, há uma nação a
conquistar e um novo mundo a construir. E há, sobretudo, um caminho claro, pronto
para ser trilhado a partir de já.
Nenhum comentário:
Postar um comentário