Uma das melhores maneiras de aferir isso é o ranking global que
o Fórum Econômico Mundial divulga anualmente. Ontem foi publicada a edição
de 2013 e o Brasil apareceu muito mal na foto: caímos oito posições e passamos
a ocupar apenas o 56° lugar numa lista composta por 148 países.
Nesta corrida por um lugar melhor ao sol, fomos
ultrapassados por nações como México, Costa Rica e África do Sul e até o Portugal
atolado em crise brava na União Europeia caiu menos que nós em relação a 2012. Apenas
15 países, tais como Gâmbia, Honduras e Líbano, despencaram mais que o Brasil em
termos de competitividade em 2013. Não é nestas companhias que esperamos ver nosso
país – não quando se trata de assuntos econômicos...
O levantamento é composto de estatísticas e pesquisas de opinião
realizadas junto a líderes empresariais e políticos de todo o mundo. Neste público
estrelado, entre 12 tópicos analisados o Brasil perdeu posições em 11 – só não
caiu no item “tamanho de mercado”. “Daqui para frente, Brasil não deve atrasar
as reformas necessárias para aumentar a sua competitividade”, recomenda o
pessoal do fórum.
Entre as razões para o mau desempenho brasileiros estão o
inadequado funcionamento das instituições (80ª posição no ranking), a ineficiência
do governo (124ª) e a corrupção (114ª). Além disso, vamos muito mal na qualidade
da nossa infraestrutura geral (114ª, caindo 30 posições desde 2010) e da nossa educação
(121ª).
É no peso do governo sobre a atividade produtiva que está o
maior fardo da nossa economia. Temos a segunda pior estrutura no
quesito regulação; os efeitos da tributação sobre os investimentos e sobre o
trabalho estão entre os dez mais danosos do mundo, sempre segundo o levantamento
Fórum Econômico Mundial.
Em alguns aspectos, como a situação macroeconômica, o Brasil
caiu agora para uma das piores posições desde o início do século, influenciado pela
ascensão da inflação e pelo comportamento ruim das variáveis fiscais, ou seja, pela
explosão dos gastos públicos verificada nos últimos anos. Tudo por obra e graça do
PT.
Este é o segundo resultado negativo do Brasil em rankings mundiais
de competitividade divulgados neste ano. No levantamento feito pelo IMD (International
Institute for Management Development) publicado em maio passado, ficamos em 51°
lugar entre 60 países. Ainda pior que agora, como se isso fosse possível.
À luz destes rankings não fica muito difícil entender por
que a economia brasileira entrou num lodaçal do qual não consegue sair, como
ficou mais uma vez patente com a divulgação, também ontem, dos resultados da indústria
em julho: a queda foi de 2% sobre o mês anterior. Trata-se de uma trajetória
errática que vem desde janeiro de 2011, com 16 altas e 15 quedas mensais.
A indústria brasileira opera hoje no mesmíssimo patamar do
início de 2010, isto é, lá se vão mais de três anos patinando. Até o fim do ano
o setor deve conseguir apenas zerar a retração de 2012, ou seja, crescerá
para não sair do lugar. O desempenho industrial em julho reforça a constatação de
que o PIB robusto do segundo trimestre foi sonho de uma noite de verão.
Nas condições atuais, a sina da economia nacional está dada:
é produzir um nível de desenvolvimento muito abaixo do que merecem os
brasileiros. Enquanto não for adotada uma agenda voltada a recuperar a nossa competitividade,
não conseguiremos avançar. Tais providências poderiam começar por tornar o
Estado mais eficiente e menos intervencionista, abrindo espaço para que a força
empreendedora do brasileiro decole.
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