Ontem o Banco
Central elevou novamente a taxa básica de juros, agora para 11% ao ano. Foi a
nona alta consecutiva, sempre motivada por uma inflação renitente. O processo
foi iniciado em abril do ano passado e resultou, até agora, numa alta de 3,75
pontos percentuais. Ou seja, em apenas um ano a taxa brasileira aumentou mais de
50%, caso único no mundo.
Os preços,
entretanto, não cederam. Quando o BC iniciou o atual ciclo de elevação da Selic,
em abril de 2013, as previsões de mercado indicavam inflação de 5,7% neste ano.
Agora, a despeito da expressiva escalada dos juros, os prognósticos são de uma
inflação de 6,3% em 2014, conforme a mais recente edição do Boletim Focus. Cada
vez mais amargo, o remédio não está, portanto, surtindo efeito.
Desde 2010, a média anual
da inflação brasileira é de 6,04%. Quando se olha por subgrupos, a média dos aumentos
de preços é bem mais alta: no caso dos alimentos, por exemplo, chega a 9% ao ano. Isso
mostra que o índice oficial só não está mais elevado por causa do represamento
dos preços administrados, como os de combustíveis e os das tarifas de energia e
transporte público.
Pode-se afirmar, com
segurança, que a inflação real do país está hoje em torno de 7,5%. Isso só não se
reflete nos índices gerais porque há uma manipulação de preços importantes por
parte do governo. Significa dizer, ainda, que este é o nível para onde a
inflação média deve convergir quando preços administrados tiverem que ser
corrigidos – sob pena de, se isso não ocorrer, a Petrobras e todo o setor
elétrico irem para o vinagre, deixando o país sem gasolina e sem luz.
Quem mais sofre com
a carestia são os mais pobres. Até porque o atual movimento altista é liderado
pelos alimentos, que pesam mais na cesta de consumo da população de baixa renda.
Em resultado divulgado ontem, a Fipe constatou que os preços do grupo alimentação
subiram 2% na cidade de São Paulo em março. É simplesmente a maior alta para o mês
desde o Plano Real, ou seja, em 20 anos, anotou o Valor Econômico.
Com a alta anunciada
ontem pelo BC, a Selic já voltou a percentual mais alto do que os 10,75% em que estava quando
Dilma Rousseff assumiu a presidência da República. Uma de suas mais
contundentes promessas era o corte na taxa de juros. Feito de maneira
voluntarista, resultou em desastre: mostrou-se insustentável e deu asas à inflação.
“Começamos a ver a
possibilidade de redução dos juros no Brasil”, disse Dilma em agosto de 2011. “Estamos
modificando algumas condições no Brasil que geram entraves para o crescimento. A
primeira mudança tem sido a redução de juros”, locupletou-se a presidente em
julho de 2012. Mas o laboratório da gerentona falhou redondamente.
A realidade é que, nos
últimos meses, o Brasil voltou a ser o país que pratica as mais altas taxas de
juros reais do mundo. Segundo levantamento da consultoria Moneyou,
o juro brasileiro chegou a 4,42% acima da inflação projetada para os próximos
12 meses. É mais que o dobro do que Dilma prometera aos brasileiros. É também
uma excrescência: entre as 40 principais economias, apenas 15 praticam taxas
positivas hoje no mundo e, mesmo entre estas, a média é de apenas 1,34%.
A tendência é a taxa
de juros brasileira ter novos aumentos ainda neste ano. Se já na próxima
reunião do Copom, a ocorrer em fins de maio, ou mais adiante, não se sabe
ainda. Mas uma coisa já é dada como certa: Dilma será a primeira presidente
desde a adoção do regime de metas no país, em 1999, a legar a seu sucessor
juros maiores do que recebeu.
Também entregará a
seu sucessor inflação mais alta do que a que herdou, conforme registra O Estado de S. Paulo. Segundo o próprio BC, a taxa de 2014 será de 6,1%,
enquanto a de 2010 foi de 5,91%. Dilma fechará seu mandato sem cumprir uma
vezinha sequer a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional. E em
alta pelo terceiro ano consecutivo. Difícil imaginar quem pudesse fazer tanto
estrago em tão pouco tempo. Chora, presidente!
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ResponderExcluirThere was a hermit crab inside and it pinched her ear.
She never wants to go back! LoL I know this is
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