É o que se pode
constatar a partir do excelente trabalho feito por O Globo e publicado neste domingo. A partir de análise criteriosa e isenta
de informações contidas na mais recente edição da Pnad, divulgada no fim de
setembro, o jornal conclui, sobre a evolução dos indicadores nos últimos 20
anos: “Os tucanos foram os responsáveis por avanços mais sólidos na educação,
na expansão de serviços públicos e na ampliação dos bens de consumo básicos”.
Com base na evolução
de 130 indicadores acompanhados pela Pnad, o jornal mostra que entre 1992 e
2002, período que coincide com os governos dos presidentes Itamar Franco
(1992-1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Brasil avançou sensivelmente
mais no acesso à educação, na oferta de serviços públicos básicos e de bens de
consumo do que na década que cobre as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma
Rousseff.
Na educação, no
primeiro decênio o índice de brasileiros de 7 a 14 anos na escola passou de
86,6% para 96,9%, alta de 11,9%. Nos dez anos seguintes, herdando o ensino
fundamental já praticamente universalizado pelos tucanos, os governos do PT
ampliaram o acesso de crianças e jovens à escola em apenas 1,7%: de 96,9% para
98,5%.
Separando-se as
faixas etárias, a diferença pró-governos Itamar e FHC é ainda maior. A inclusão
de crianças de 5 a 6 anos na escola avançou 43,2% entre 1992 e 2002, ante menos
da metade disso (19,2%) de 2002 a 2012. Na faixa entre 15 e 17 anos, a expansão
na década tucana alcança 36,6% e na petista, somente 3,4%.
Mais um ponto
favorável às gestões de Itamar e Fernando Henrique na área da educação: o analfabetismo
caiu 33,7% até 2002 e outros 28% desde então. O bom desempenho também se repete
em relação à elevação do percentual de pessoas com mais de oito anos de estudo,
de acordo com O Globo.
A expansão dos
serviços públicos na era tucana é “sensivelmente maior”, conforme analisa o jornal.
O acesso da população à luz elétrica subiu 8,8% na primeira década avaliada e
3,2% na seguinte, contrariando o oba-oba do governo petista em torno do Luz para
Todos, programa que é, sabidamente, mero sucedâneo de ação já existente na
gestão tucana e que foi tão somente rebatizado pelos marqueteiros de Lula.
Comparar o que
aconteceu no governo Fernando Henrique no acesso a serviços de telefonia com a
década seguinte é até covardia. O número de domicílios com telefone cresceu 224%
entre 1992 e 2002, passando de 19% para 61,6% do total. Na era petista, a
evolução foi bem mais singela: 49%, de 61,6% para os atuais 91,8%. Tudo graças à
privatização do Sistema Telebrás, tão duramente combatida pelo PT e seus
aliados (mesmo os que deixaram de sê-lo)...
Outras políticas e
ações de matiz tucano ajudam a explicar a expressiva evolução nos indicadores
de condição de vida experimentada pelos brasileiros na última década do século
passado: em especial, a estabilização da moeda, alcançada com o Plano Real e
ora ameaçada pela recidiva inflacionária do governo petista, e a abertura da
economia, ora revertida na gestão Dilma.
São a estabilidade monetária
e a liberalização comercial que explicam por que, durante os governos Itamar e
FHC, eletrodomésticos básicos como geladeira, fogão e televisão chegaram mais
intensamente a domicílios mais pobres. A expansão desses itens é
aproximadamente duas vezes maior nos governos tucanos em relação aos governos
petistas, mostra O Globo.
A análise do jornal
também registra que “os petistas tiveram resultados sensivelmente melhores nos
indicadores relacionados ao trabalho, à renda e à redução da desigualdade
social”. “No governo Fernando Henrique, o aumento da renda se deu basicamente
pela estabilidade de preços, e no governo Lula por crescimento econômico,
aumento do salário mínimo, queda do desemprego e pela formalização (do emprego)”,
comenta Carlos Alberto Ramos, professor da Universidade de Brasília ouvido por O Globo.
Mas é lícito perguntar:
se a gestão do PSDB não tivesse promovido tão relevantes avanços estruturais no
país no período antecedente, o PT teria conseguido avançar nestas áreas? Provavelmente
não, como até Lula admitiu outro dia ao dizer que o arcabouço constitucional
que seu partido defendia na época da Constituinte deixaria o Brasil “ingovernável”.
É sempre muito bom quando dados objetivos e, melhor ainda, oficiais vêm deitar
por terra mistificações como as que se tornaram tão comuns no país nos últimos
anos.
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