Aos poucos, o
partido hoje no poder vai revelando quão deletéria e desconstrutiva foi sua ação
na luta para conquistar o poder. Foram várias as ocasiões ao longo dos anos, que
já ensejaram alguns mea-culpa dos petistas. Vale a máxima: Sempre que o PT teve
que escolher entre seus interesses e os interesses do Brasil, o PT ficou com o
PT.
Eis a íntegra da declaração
de Lula, dada ontem em evento patrocinado pela OAB: “Só tínhamos 16 deputados,
mas éramos desaforados como se fôssemos 500. Se nossa Constituição fosse
aprovada, certamente seria ingovernável, porque éramos muito duros na queda”. Para
o Instituto Lula, o ex-presidente teria “brincado” ao fazer o comentário. Que nada; a
coisa é séria.
Em 1988, o PT votou
contra a Constituição que fixou as bases para os enormes avanços sociais que o
país conquistaria nas décadas seguintes. Foi apenas a primeira vez, mas não a
única, em que o partido de Lula, Dilma e José Dirceu postou-se sem dó nem
piedade contra os interesses do Brasil.
Logo depois, em
1992, o PT recusou-se a participar do governo de reconstrução nacional empreendido
pelo presidente Itamar Franco, que herdara um país destroçado pela gestão do
defenestrado Fernando Collor de Mello. Os petistas chegaram a expulsar Luiza
Erundina por ela ter cometido o pecado de aceitar participar do ministério.
Mas teve mais, muito
mais. Em 1994, o PT simplesmente bombardeou o plano que, após várias tentativas
fracassadas, estabilizaria a economia brasileira, venceria a hiperinflação e
lançaria as bases para que o país começasse a superar o enorme abismo social então
existente.
Para os petistas, o
Plano Real não passava de “estelionato eleitoral” – talvez eles preferissem
continuar com um país em que a inflação chegara a quase 2.500% ao ano... A
resposta veio nas urnas, com duas eleições em primeiro turno de Fernando
Henrique Cardoso.
Mas, para o PT, a
guerrilha política está acima de tudo. Chegou 2001 e o partido também fuzilou a
Lei de Responsabilidade Fiscal, tratada por eles como “imposição do FMI”. Os petistas
não se furtaram a contestar no STF o arcabouço que se tornaria o esteio de todas
as administrações públicas no país dali em diante.
Anos depois, já no
governo, o mea-culpa veio do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Disse ele, em
maio de 2005: “Quero fazer uma autocrítica. Naquele momento, a minha bancada
[do PT] falhou. Naqueles idos de 2000, nós não demos apoio ali, e essa foi uma
falha da bancada, e eu me incluo nessa falha, eu fazia parte dessa bancada.
Esse registro deve ser feito de forma honesta”.
Logo que Luiz Inácio
Lula da Silva assumiu a presidência, e o PT teve que começar a fazer muito do
que antes contestava, os petistas se apressaram a dizer que sua atuação na
oposição não passara de “bravatas”. Deixavam claro, desta maneira, que o que sempre
interessou ao petismo foi tomar o poder – e até hoje, cotidianamente, dão
mostra de que são capazes de tudo para nunca mais sair de lá...
Nestes últimos anos,
o PT foi aos poucos admitindo quão nefasta foi sua prática oposicionista,
enfeixada na máxima do “quanto pior, melhor”, para o país. A dúvida que fica é:
será que chegará o dia em que o PT também irá reconhecer o mal que vem fazendo
ao Brasil nestes mais de dez anos de (des)governo em que simplesmente dinamitou
nossas melhores possibilidades de desenvolvimento?
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