O rebaixamento da vez
veio ontem do Fundo Monetário Internacional (FMI). O
prognóstico para 2013 foi mantido em pífios 2,5%, mas o do ano que vem foi novamente
reduzido: a previsão para o crescimento brasileiro em 2014 começou o ano em 4%,
caiu depois para 3,2% e agora baixou para 2,5%. Será que diminuirá ainda mais?
Continuaremos perdendo
para países classificados como emergentes, como China, Índia, Rússia, África do
Sul e México. Segundo o FMI, este grupo conseguirá obter alta média de 5,1% no
próximo ano, ou seja, mais que o dobro do esperado para o Brasil.
Não é de agora que vimos
comendo poeira. Entre 2001 a 2012, em seis anos o Brasil cresceu menos da
metade dos países em desenvolvimento – e, em 2009, registrou retração, enquanto
os emergentes se expandiram, registra a Folha de S.Paulo. Em 2012, a diferença foi ainda mais gritante: o PIB
brasileiro avançou 0,9% e o dos emergentes, 4,9%.
Como fomos ficando
muito para trás em relação aos emergentes, talvez a melhor comparação seja mesmo
com os vizinhos do continente. Mas, infelizmente, aí também vamos mal. Segundo o
documento, intitulado “Panorama Econômico Mundial”, a América do Sul deve
alcançar crescimento médio de 3,1% e 3,2% neste e no próximo ano, ou seja, também
superior ao desempenho brasileiro.
Se os prognósticos
se confirmarem, o Brasil alcançará em 2014 um inglório tricampeonato: por três anos
seguidos, nossa economia terá registrado o segundo pior desempenho entre todos
os países sul-americanos. Em 2012 só superamos o Paraguai, enquanto em 2013 e
2014 só não perderemos da Venezuela.
Na média, o crescimento
da economia brasileira no quadriênio 2011-2014 deverá ficar em 2,1%. Ou seja, o
desempenho de Dilma Rousseff será o pior que se tem notícia no país desde
Fernando Collor (1990-1992) e um dos três mais sofríveis de toda a nossa história
republicada – Floriano Peixoto (1891-1894) ocupa a rabeira do ranking da
mediocridade.
Na avaliação do FMI,
o Brasil enfrenta problemas cíclicos e também estruturais que reduziram seu PIB
potencial – isto é, o máximo que uma economia consegue crescer sem produzir
desequilíbrios em série, como aconteceu depois de 2010, quando o país foi
turbinado para eleger Dilma e depois afundou.
Segundo o Fundo, o
Brasil já não consegue crescer mais que 2,8% – na previsão anterior, divulgada
pela instituição em julho, o teto estava em 3,2% – em razão, principalmente, de
gargalos regulatórios e deficiências de infraestrutura, que afetam o aumento da
oferta, e desequilíbrios macroeconômicos, que comprometem a solidez das contas públicas
do país.
Não é difícil
constatar que o Brasil enveredou por um caminho que mais se parece com um beco
sem saída. A chamada “nova matriz econômica”, com seu voluntarismo indesejável
e seu intervencionismo dispensável, é um fiasco retumbante. É urgente retomar a
trilha das reformas estruturais para que o país não continue perdendo de
goleada.
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